A Tyr Capital Partners, sociedade gestora de hedge funds (fundos de cobertura) focados em criptomoedas, foi acusada de levar a cabo uma gestão “criminosa” e alvo de buscas das autoridades na Suíça, numa disputa com um investidor sobre perdas sofridas após o colapso da FTX, noticia o “Financial Times”.
A empresa com sede em Genebra e liderada por Edouard Hindi e Olivier Trombert, ex-gestores dos bancos Deutsche Bank e Société Générale, respetivamente, terá ignorado um limite de risco interno sobre a sua exposição à FTX, de acordo com documentos legais apresentados nas Ilhas Caimão por um investidor.
A ação foi movida pela TGT, empresa que investiu na Tyr e que agora tenta fechar a sua carteira e assumir o controlo dos ativos restantes. A Tyr nega as acusações feitas pela TGT.
A TGT afirma que se mostrou preocupada e que dirigiu essas preocupações ao diretor de investimentos da Tyr, Edouard Hindi, sobre a saúde financeira da FTX entre 7 e 10 de novembro de 2022, dias que antecederam o colapso da corretora. No entanto, a Tyr só tentou retirar os seus ativos da FTX por volta de 11 de novembro, dia em que a plataforma de criptoativos entrou com um pedido de insolvência.
Agora, espera-se que os lesados sejam reembolsados com base no valor dos seus investimentos no momento do colapso da FTX. Só que várias criptomoedas, como bitcoin e éter, valem hoje cerca do dobro do que valiam na altura.
A TGT também apresentou uma queixa-crime ao Ministério Público de Genebra em abril do ano passado, alegando “o crime de gestão criminosa” e solicitando buscas aos escritórios da gestora de fundos.
A busca, na qual o Ministério Público apreendeu documentos, ocorreu no dia 17 de agosto de 2023 e Edouard Hindi foi intimado a comparecer perante os procuradores para prestar informações.
No entanto, uma fonte não identificada próxima à Tyr disse que Hindi não foi convocado, mas que pediu uma reunião com os procuradores “alguns dias” após a busca.
Um porta-voz do Ministério Público de Genebra sublinhou ao “Financial Times” que as investigações ainda estão em andamento e a Tyr recusou-se a comentar, para não prejudicar essas mesmas investigações, que, segundo a empresa, se baseiam em “falsas alegações”.
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