Exclusivo

Contas Públicas

Economistas não esperam regresso aos défices públicos este ano, ao contrário do Banco de Portugal

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal
Mário Centeno, governador do Banco de Portugal
Horacio Villalobos

Entre as principais organizações nacionais e internacionais que acompanham as contas públicas portuguesas, só o Banco de Portugal espera um défice orçamental este ano. Os economistas ouvidos pelo Expresso afastam o cenário de défice. Excedente acima do previsto em 2024, forte crescimento da receita e empenho político do Governo em manter superávit são fatores-chave

Economistas não esperam regresso aos défices públicos este ano, ao contrário do Banco de Portugal

Carlos Esteves

Jornalista infográfico

O alerta foi dado há poucas semanas pelo governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno: depois de um excedente orçamental de 1,2% do produto interno bruto (PIB) em 2023, e de novo superávit em 2024 (o valor ainda não é conhecido, mas tudo indica que vai superar a previsão do Governo), a instituição antecipa um regresso aos défices das contas públicas já este ano.

Embora o défice previsto pelo BdP para este ano seja de pequena dimensão (0,1% do PIB), com agravamento em 2026, as projeções caíram mal junto do Governo e mereceram resposta imediata do primeiro-ministro. Em declarações à imprensa Luís Montenegro destacou que “aparecem um bocadinho em contramão, visto que não há mais nenhuma entidade que acompanhe o pessimismo que o governador do BdP expressou sobre a performance orçamental do próximo ano”. Montenegro vincou ainda que “a situação está controlada e há perspetivas de podermos ter um crescimento económico e um exercício orçamental, nomeadamente do lado da despesa, que desembocarão num resultado orçamental diferente”.

De facto, entre as principais organizações nacionais e internacionais que acompanham as contas públicas portuguesas, só o BdP espera um regresso aos défices públicos este ano. E os economistas ouvidos pelo Expresso também afastam esse cenário. Salientam que o excedente de 2024 deverá ter ficado acima do previsto pelo Executivo, o que se traduz num melhor ponto de partida para 2025, bem como a tendência de forte crescimento da receita pública, e o empenho político dos Governos em manter superávites.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: slourenco@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate