Portugal está numa situação “única”, um “triplo equilíbrio ímpar nos últimos 50 anos”, tanto “interno, externo e orçamental”. Assim o garante a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) na sua avaliação do Programa de Estabilidade entregue este mês pelo Governo à Assembleia da República, apelando a que a classe política não desperdice a oportunidade de “alinhar as políticas públicas com os desafios estruturais" da economia.
Muito está nas mãos da classe política: “Os decisores políticos podem aproveitar esta oportunidade para alavancar as reformas da especialização produtiva da economia e do processo legislativo orçamental ou contentarem-se em fazer mais do mesmo, na esperança vã de que os resultados sejam diferentes”, exorta a UTAO no documento.
As condições deste alinhamento perfeito vão, porém, degradar-se já em 2024, ano em que se prevê um abrandamento do crescimento económico para os 1,5%. O equilíbrio orçamental previsto poderá ser negativamente afetado por eventuais medidas do novo Executivo, alerta a UTAO, como redução de impostos como o IRS e o IRC e as reivindicações salariais da Função Pública.
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