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Ministério das Finanças mais do que duplica limite de emissão de Certificados de Aforro este ano

Ministério das Finanças mais do que duplica limite de emissão de Certificados de Aforro este ano
ANTÓNIO COTRIM/Lusa

Com a procura por Certificados de Aforro a exceder “amplamente” as previsões, o Governo ampliou o limite de emissão de Certificados de Aforro e do Tesouro este ano de 7 para 16,5 mil milhões de euros

Foi publicado esta quinta-feira em Diário da República um despacho do ministro das Finanças, Fernando Medina, que mais do que duplica o limite de emissão de Certificados de Aforro (CA) e de Certificados do Tesouro (CT) este ano.

Em contrapartida, o limite de emissão de Obrigações do Tesouro (OT) e de bilhetes do Tesouro (BT) é reduzido. O objectivo é dar resposta à forte procura das famílias por CA. Uma verdadeira ‘corrida’, que está a exceder todas as expetativas.

No despacho nº 5457/2023, lê-se que “durante o corrente ano, o interesse dos particulares pela subscrição de Certificados de Aforro tem vindo a exceder amplamente as previsões subjacentes à elaboração da Resolução do Conselho de Ministros n.º 1-A/2023, de 3 de janeiro [onde estava previsto os limites de emissão de dívida pública este ano por tipo de instrumento de financiamento]".

O despacho continua, considerando que o impacto dessa forte procura até ao mês de março, “aliada à previsão de manutenção do paradigma, resultará em subscrições de certificados de aforro consideravelmente superiores às previstas no início do presente ano”.

Recorde-se que os dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, indicam que nos primeiros três meses do ano as famílias reforçaram o investimento em CA em nove mil milhões de euros, embora tenha havido um desinvestimento de 1,8 mil milhões em CT.

Assim, “justifica-se proceder a uma alteração do limite anteriormente aprovado para a emissão deste instrumento”, lê-se no despacho.

Uma alteração que é significativa. De facto, o limite para a emissão de CA e de CT mais do que duplica, passando de sete mil milhões de euros, para 16,5 mil milhões de euros.

Por contrapartida, os limites de emissão de dívida através de OT e de BT são reduzidos.

“Atento o aumento das emissões de dívida realizadas através deste instrumento, será possível reduzir o financiamento realizado através de outras fontes de financiamento, nomeadamente através de uma menor emissão, no decurso do exercício de 2023, de obrigações e de bilhetes do Tesouro”, lê-se no despacho.

Assim, o limite de 25 mil milhões de euros previsto para a emissão de OT este ano é reduzido para 19,5 mil milhões de euros. Quanto aos BT, o limite de 12,5 mil milhões de euros para a emissão deste instrumento de dívida pública, baixa para os 8,5 mil milhões de euros.

Estas mudanças não alteram o limite máximo de endividamento líquido global direto fixado no Orçamento do estado, vinca o despacho. Apenas alteram a composição das emissões por tipo de instrumento financeiro.

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