Faturação da Mota-Engil cresce 89% até junho
Grupo liderado por Carlos Mota Santos anunciou esta quinta-feira um volume de negócios de 2,558 mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, próximo do total registado no ano de 2021
Grupo liderado por Carlos Mota Santos anunciou esta quinta-feira um volume de negócios de 2,558 mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, próximo do total registado no ano de 2021
Jornalista
A quase triplicação do volume de negócios (+208%) na América Latina e uma progressão de 50% em África são alguns dos fatores que explicam o crescimento de 89% em termos homólogos para 2588 milhões de euros da faturação global da Mota-Engil no primeiro semestre de 2023. O volume de negócios na América Latina atingiu os 1326 milhões de euros, em África 676 milhões. Já a Europa cresceu 16% para 291 milhões de euros, com Portugal a representar 70% do total.
A suportar este crescimento por área de negócio surge a Engenharia e Construção que mais que duplicou, ao crescer 104% para 2289 milhões de euros em termos homólogos. Na Europa, segundo o comunicado esta quinta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o grupo cresceu 16% para para 291 milhões de euros. Portugal a representar 70% da faturação obtida nesta área geográfica.
Quanto ao desempenho operacional foi positivo ao nível das margens, “mantendo-se em níveis alinhados com o histórico do Grupo”, o que permitiu atingir um valor de EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 352 milhões de euros (+70%). Um valor que, destaca a empresa em comunicado, “permitiu superar o anterior máximo num primeiro semestre que era o de 207 milhões de euros alcançados em 2022” , , o que permitiu aumentar ainda de “forma mais expressiva o Resultado Operacional (EBIT) em +160% para os 213 milhões de euros”. O grupo destaca ainda que o resultado líquido aumentou 154% para 30 milhões de euros , o melhor resultado dos últimos sete anos num primeiro semestre.
Por geografia, o México confirma-se como o maior mercado da Mota-Engil, a representar 32% do total. País em que a Mota-Engil desenvolve sobretudo obras ferroviárias, com a construção de dois troços do Tren Maya, uma nova linha em Guadalajara e outra em Monterrey. Na América Latina, destaca-se ainda o Peru em termos de infraestruturas de mineração, e o Brasil – onde a actividade cresceu 128% - nas infraestruturas de transporte e manutenção de plataforma petrolíferas. O crescimento em África é, segundo a empresa, muito suportado nos tradicionais mercados de Angola e Moçambique e na Nigéria. Neste país último país, a Mota Engil está a desenvolver o seu maior contrato de sempre que é a construção da A linha ferroviária Kano-Maradi- Dutse é o maior contrato de sempre obtido pelo grupo português na Nigéria, avaliado em 1,5 mil milhões de euros que e prevê a construção de uma linha com cerca de 378 quilómetros de extensão entre a cidade de Kano, no norte da Nigéria, à de Maradi, no sul do vizinho Níger.
A nível da carteira de encomendas, o comunicado do grupo dá conta da manutenção nos níveis recorde de 12,6 mil milhões de euros atingidos em dezembro, a que se somam os cerca de 2 mil milhões de euros de novos contratos assinados depois de junho. Não incluídos nos resultados do primeiro semestre estão os contratos de fornecimento de material circulante para Kano-Maradi(€840 milhões) na Nigéria, o contrato mina de Ouro do Boto (€495 M) no Brasil, ou a mineração de Gamsberg(€450 M) na África do Sul, entre outros.
A Mota-Engil anunciou também esta quinta-feira a revisão em alta da estimativa de crescimento para o conjunto do 2023, que inicialmente previa +20% no volume de negócios, colocando na apresentação hoje publicada sobre os resultados, uma nova previsão para atingir os 5 mil milhões de euros no final deste ano.
Em paralelo, Grupo Mota-Engil apresentou também ao mercado uma revisão das metas do Plano Estratégico 2022-2026, devido à concretização antecipada de alguns indicadores antes final do período temporal previsto. Neste âmbito, o grupo destaca a atualização do volume de negócios a atingir em 2026 no valor de 6 mil milhões de euros, a par de 955 milhões de euros de EBITDA.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hmartins@expresso.impresa.pt