Economia

BPI triplica lucros para €307 milhões. Portugal cresceu e Angola deu grande ajuda

João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, e Pedro Barreto, administrador. Foto: BPI
João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, e Pedro Barreto, administrador. Foto: BPI

“Os resultados saíram acima das nossas estimativas iniciais”, declarou o CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa. Comissões dispararam.

O BPI praticamente triplicou os lucros obtidos com a sua operação, passando de 105 milhões de euros, em 2020, para 307 milhões, um ano depois.

A operação em Portugal deu o grande contributo, que subiu de 66 milhões para 179 milhões de euros. O BPI sublinha que o resultado líquido recorrente é superior, já que houve um impacto não recorrente de 22 milhões de euros, devido aos custos com reformas antecipadas e rescisões voluntárias.

Mas Angola, com o contributo extraordinário recebido do Banco do Fomento Angola (BFA), também justifica o crescimento dos lucros: a ajuda tinha sido de 30 milhões em 2020, disparando para 106 milhões em 2021. Houve dividendos e distribuição de reservas no banco em que o BPI tem 48,1%.

“Os resultados que saíram acima das nossas estimativas iniciais”, declarou João Pedro Oliveira e Costa, o presidente executivo do banco, na conferência de imprensa esta quarta-feira, 2 de fevereiro, em Lisboa. “Um desempenho muito acima do normal”, disse.

“A rentabilidade dos capitais próprios tangíveis (ROTE) recorrente na atividade doméstica situou-se nos 6,8% (vs 2,7% em dezembro de 2020)”, aponta a apresentação de resultados.

Comissões disparam 18%

Para o resultado do BPI contou o crescimento do produto bancário (aqui auxiliado pelas comissões bancárias), e a queda na rubrica de imparidades.

No campo do produto, a margem financeira continua a crescer, mas de forma limitada (+1,2% para 456 milhões de euros). Já as comissões bancárias dispararam 17,7% e chegaram aos 288 milhões de euros. Com resultados em operações financeiras e outros encargos, o avanço do produto bancário cresceu 7,6% para 751 milhões.

Na rubrica de imparidades e provisões (perdas antecipadas), o peso caiu para um terço face ao ano anterior, totalizando 51 milhões em relação aos 159 milhões homólogos.

Rede de agências encolheu 18%

“O banco encerrou 76 espaços comerciais, e em termos líquidos tem menos 144 colaboradores, uma diminuição de 3,2%, quando a rede comercial diminuiu 18%”, frisou Oliveira e Costa, dizendo que apenas 5 trabalhadores não saíram por reforma antecipada ou rescisão amigável. Havia 4478 funcionários no fim do ano em 349 balcões.

Não há intenção de eliminar postos de trabalho em força, mas o ajustamento existirá continuamente, disse o CEO: “Não temos nenhum programa específico. Não fazia sentido por si só termos alguma atividade relativamente ao tema da redução de pessoas. Mas recordo sempre isto: a transformação que o negócio bancário está a ter leva menos pessoas a ir aos balcões”.

BPI dá mais de €300 milhões ao acionista espanhol

Entretanto, a administração do banco tem já uma proposta de distribuição de dividendos ao CaixaBank destes resultados. “Temos uma proposta já aprovada em conselho de administração de 50% de payout do resultado de Portugal e de 100% das participadas em África, o que dará um dividendo de 194 milhões de euros relativamente ao ano de 2021”, explicou. Payout é a proporção de lucros a distribuir como dividendo.

Assim, juntando aos 130 milhões de euros que distribuiu ao grupo de raiz catalã em outubro (referentes a 2019 e 2020, adiados devido à covid), o BPI dará em seis meses mais de 300 milhões de euros ao acionista espanhol.

(Notícia atualizada às 12h25 com mais informações)

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