A fabricante de equipamentos Bosch anunciou hoje que prevê eliminar mais de 13.000 postos de trabalho até 2030 na Alemanha, argumentando que o trabalho está subutilizado face à concorrência chinesa, levando a críticas pelos sindicatos.
O plano agora anunciado, e citado pela agência France-Presse (AFP), mais que duplica a estimativa divulgada em novembro, quando a Bosch disse que pretendia suprimir 5.550 postos de trabalho até 2030.
Este plano deverá afetar cerca de 3% da força de trabalho mundial e atinge a divisão automóvel, que se vê obrigada a reduzir os seus custos em 2.500 milhões de euros por ano para, segundo o grupo, assegurar a sua competitividade.
No total, isto significa que cerca de 10% dos efetivos do grupo na Alemanha deverão sair da empresa, que terá várias fábricas impactadas.
A indústria automóvel europeia, em particular a alemã, tem sido impactada com a queda da procura mundial, o aumento dos custos, a concorrência chinesa e o aumento das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos da América às importações.
Citado pela AFP, o sindicato da indústria IG Metall criticou a redução de pessoal “de dimensão histórica” e que não dá garantias para a proteção das fábricas na Alemanha.
“Os custos associados a este plano massivo de supressão de postos de trabalho deveriam ser investidos no desenvolvimento de produtos e modelos económicos sustentáveis”, argumentou o representante na divisão automóvel, Frank Sell.
Já o responsável de recursos humanos da Bosch, Stefan Grosch, defendeu que o grupo enfrenta “enormes desafios”.
Outros fabricantes alemães, como Continental, ZF e Schaeffler, também anunciaram milhares de cortes de postos de trabalho nos últimos meses.
Entre as fabricantes, a Volkswagen prevê reduzir 35.000 postos de trabalho na Alemanha e a gigante de pesados Daimler Truck 5.000.
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