Economia

Exportações e importações abrandam crescimento para 0,5% e 8,4% em março

França deixou de ser o segundo maior destino das exportações nacionais
França deixou de ser o segundo maior destino das exportações nacionais
Rui Duarte Silva

Relativamente a fevereiro as exportações diminuíram 6,3% em março, tendo as importações recuado 0,4%

As exportações aumentaram 0,5% e as importações subiram 8,4% em março, em termos nominais e face ao período homólogo, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Excluindo combustíveis e lubrificantes, em março houve um acréscimo de 0,7% nas exportações (+13,1%, em fevereiro) e de 8,3% nas importações (+3,5% em fevereiro).

Segundo o INE, as "máquinas e aparelhos" e "produtos alimentares" explicam grande parte do aumento das exportações de março, enquanto os "fornecimentos industriais", "bens de consumo" e "produtos alimentares" foram as categorias que registaram as maiores subidas nas importações.

Quando excluídas as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (TTE, sem transferência de propriedade), as exportações registaram um acréscimo homólogo ligeiramente superior, de 1,8%, enquanto as importações aumentaram 7,8%.

Em cadeia, relativamente a fevereiro, as exportações diminuíram 6,3% em março (+3,0%, em fevereiro de 2025), tendo as importações recuado 0,4% (+5,4% em fevereiro de 2025).

Já considerando o primeiro trimestre de 2025, as exportações aumentaram 7,7% em março em relação ao mês homólogo (+3,9% no quarto trimestre de 2024). No entanto, quando excluídas as transações TTE, a variação ficou-se pelos +0,9%.

Quanto às importações, entre janeiro e março aumentaram 7,0% em termos homólogos (+6,4% no quarto trimestre de 2024) e subiram 5,8% excluindo as transações TTE.

Em termos de categorias de produtos, em março o INE destaca o aumento das exportações das "máquinas e aparelhos" (+8,5%) e dos "produtos alimentares" (+2,7%), principalmente para Espanha em ambos os casos.

Nas importações, salientaram-se os aumentos nos "fornecimentos industriais" (+7,7%), "bens de consumo" (+14,4%) e "produtos alimentares" (+13,1%).

Em março de 2025, e tendo em conta os principais países de destino das exportações portuguesas em 2024, o INE aponta o aumento de 12,8% das exportações para Espanha e, em sentido contrário, destaque para os decréscimos das vendas para a Bélgica (-32,3%) e Estados Unidos (-8,6%), maioritariamente de "químicos", em resultado do "valor significativo" de transações TTE registadas no mês homólogo.

Relativamente às importações, considerando os principais países parceiros no ano passado, salienta-se o acréscimo das compras a Espanha (+9,2%, com destaque para os "combustíveis minerais" e os "metais comuns"), à Alemanha (+15,0%, destacando-se os "veículos e outro material de transporte") e aos Estados Unidos (+115,8%).

De acordo com o INE, em março os índices de valor unitário (preços) registaram variações negativas em ambos os fluxos, contrariando o verificado no mês anterior: -1,4% nas exportações e -0,9% nas importações (+0,5% e +0,4%, respetivamente, em fevereiro de 2025; -2,9% e -3,2% em março de 2024).

Excluindo os produtos petrolíferos, a variação também foi negativa: nas exportações de -0,9% (+0,8% em fevereiro de 2025; -2,8% em março de 2024) e nas importações de -0,3% (variação nula em fevereiro de 2025; -3,9% em março de 2024).

Em março, os dados do INE apontam ainda que o défice da balança comercial atingiu 2.442 milhões de euros, aumentando 682 milhões quando comparado com março de 2024 e 422 milhões face ao mês anterior.

No entanto, se excluídas as transações TTE, o défice comercial totalizou 2.674 milhões de euros, em resultado do agravamento homólogo de 548 milhões e de 137 milhões de euros em cadeia.

Os combustíveis e lubrificantes representaram 21,0% do défice comercial em março (28,8% em fevereiro; 24,2% em março de 2024). Expurgado do efeito destes produtos, o défice totalizou 1.928 milhões de euros, um agravamento de 594 milhões face a março de 2024 e de 490 milhões em relação ao mês anterior.

No primeiro trimestre de 2025, face ao período homólogo, as importações aumentaram mais do que as exportações, originando um agravamento do défice em 264 milhões de euros.

Excluídas as TTE, o agravamento foi ainda mais pronunciado, de 1.294 milhões de euros, já que o saldo destas transações registou uma variação positiva de 1.030 milhões.

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