Os trabalhadores do Novo Banco estão a ser contactados para se reformarem antecipadamente e dizem que o banco só lhes dá 72 horas para decidir.
O Mais Sindicato, o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) aconselham os trabalhadores contactados pelo banco liderado por Mark Bourke a pedirem-lhes aconselhamento jurídico caso tenham dúvidas sobre as propostas apresentadas.
Ao Expresso o Novo Banco não confirma o prazo de 72 horas dizendo que "estabeleceu um período indicativo de resposta de até uma semana".
Os três sindicatos fetos à UGT, afirmam que o "Novo banco continua a reduzir o seu quadro de pessoal", e que "foram informados pelos seus associados que a instituição está a contactar e convidar trabalhadores para aderirem a uma "Reforma Antecipada", fruto da eliminação de 80 postos de caixa em diversos balcões por todo o país".
Os sindicatos dizem também que a "seleção dos trabalhadores para este processo foi feita pelas Direções Regionais, em consonância com os respetivos Departamentos (DCN e DCS), e a data de saída é 31 de março de 2025".
Questionado sobre o processo em curso e as críticas dos sindicatos, o Novo Banco afirma ao Expresso que "aprovou um pacote de reformas antecipadas, que regista, à data, uma taxa de aceitação acima de 85% e existindo, inclusivamente, mais interessados nas reformas antecipadas do que o pacote de que o banco dispõe".
A um mês do prazo para saírem, os sindicatos acusam o Novo Banco impor um prazo para a decisão de "apenas 72 horas, tempo esse que os Sindicatos consideram insuficiente e inaceitável, tendo em conta que se trata de uma decisão que afetará a vida e o futuro dos trabalhadores".
Os sindicatos consideram que o processo em causa deveria ter sido "iniciado com maior antecedência" e dizem ainda que, "embora não tenham sido previamente informados pela administração do Novo Banco, estão a acompanhar atentamente o desenrolar deste processo".
Aconselham também "todos os associados visados neste processo que, caso tenham dúvidas ou necessitem de orientação, contactem os serviços jurídicos dos seus sindicatos"
O banco vai apresentar os resultados de 2024 a 6 de março, já sem as amarras que tinha com o Fundo de Resolução. A administração liderada por Mark Bourke vai colocar o banco em bolsa e aguarda luz verde do Banco Central Europeu para distribuir dividendos ao Fundo de Resolução e ao Estado (em conjunto detêm 25%) na ordem dos 300 milhões de euros e à Lone Star, que controla 75%, na ordem dos 900 milhões de euros.
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