Quando o quarto maior mercado das exportações portuguesas de bens (e um dos mais dinâmicos) avança com políticas aduaneiras protecionistas há razões para preocupação. Até agora, a União Europeia (UE) ainda não foi oficialmente visada pela Administração norte-americana. Mas Trump já anunciou que não escapará ao agravamento dos preços dos produtos à entrada das fronteiras dos EUA, já anunciado para o México e Canadá (mas adiado por um mês), e para a China (que, como retaliação, avançou com o agravamento de tarifas sobre produtos norte-americanos).
Caso se confirme o agravamento tarifário, sobretudo para a UE, os economistas apontam consequências negativas dos dois lados do Atlântico para o crescimento económico, e, sobretudo, um agravamento da inflação, já que os países afetados retaliam. O resultado deverão ser preços mais elevados para os consumidores. Uma evolução que pode dificultar a tarefa de descida de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e, também, pela Reserva Federal dos EUA (Fed).
Mas a incerteza ainda é a nota dominante. Até porque o presidente Trump parece estar a usar as tarifas aduaneiras como arma de pressão geoestratégica. Os economistas ouvidos pelo Expresso salientam que o impacto em Portugal será diferenciado entre sectores de atividade e que pode até haver oportunidades para as empresas nacionais.
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