O convite aos exportadores estrangeiros não podia ser mais direto: fabriquem nos Estados Unidos que até poderão ter um IRC de 15%, ou as exportações vão sofrer taxas alfandegárias. As palavras de Donald Trump esta quinta-feira no Fórum Económico Mundial em Davos receberam rondas de aplausos
“A minha mensagem para todas as empresas do mundo é muito simples: venham fabricar os vossos produtos na América, e nós oferecemos um dos impostos mais baixos de qualquer nação na Terra”, foi o convite de Donald Trump esta quinta-feira no Fórum Económico Mundial durante “o muito especial momento” do programa do evento que termina na sexta-feira.
“Mas se não fabricarem o vosso produto na América, o que é uma prerrogativa vossa, então, muito simplesmente, terão de pagar uma tarifa”, logo acrescentou o novo presidente dos Estados Unidos na sua intervenção à distância para a audiência em Davos. Prometeu um IRC de 15% ainda durante o seu mandato - atualmente está em 21% - e acenou com a possibilidade de um ano de isenção.
Trump falou, através de vídeo, durante vinte minutos para uma audiência que lhe bateu palmas três vezes e dialogou, no final, com três “amigos”, os CEO do Bank of America, da Blackstone e da TotalÉnergies francesa, e conheceu Ana Botín, a lider do banco espanhol Santander.
Os quatro líderes empresariais estavam preocupados com o excesso de regulação e Stephen A. Schwarzman, um dos fundadores da Blackstone e seu CEO, apontou o dedo em particular à União Europeia. O presidente norte-americano aproveitou para contar uma história pessoal quando quis avançar com um projeto na Irlanda, que lhe disse sim em pouco mais de uma semana, mas, depois, logo o avisaram de que as autorizações por parte da União Europeia levariam cinco a seis anos, o que o levou a desistir.
Ao amigo francês Patrick Pouyanné, CEO da TotalÉnergies garantiu que, nos EUA, sob o seu mandato, todas as aprovações de projetos vão ser “muito rápidas” e que há uma via verde para investimentos no gás natural liquefeito e que o seu fornecimento à Europa nunca estará em causa.
Já durante a intervenção inicial tinha avisado que iria atirar para o lixo o “insano” Green New Deal, que nunca chegou a ser aprovado pelo Congresso norte-americano, e reiterou que a prioridade da sua Administração iria ser produzir petróleo e gás, usar o “muito limpo” carvão como um “suporte de reserva muito poderoso” e acabar com os apoios “insanos” aos carros elétricos.
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