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Carlos Mota dos Santos, presidente da Mota-Engil: “Os grandes atrasos nas obras são todos de empresas espanholas”

Carlos Mota dos Santos, presidente da Mota-Engil: “Os grandes atrasos nas obras são todos de empresas espanholas”
Nuno Botelho

É falso que não haja capacidade em Portugal para fazer todas as obras públicas que se perspetivam para o país nos próximos anos, defende o presidente do maior grupo de construção do país. Em entrevista ao Expresso (cuja versão integral aqui se publica), Carlos Mota dos Santos insiste que as empresas portuguesas não podem ser discriminadas face às espanholas.

Carlos Mota dos Santos, presidente da Mota-Engil: “Os grandes atrasos nas obras são todos de empresas espanholas”

Pedro Lima

Editor-adjunto de Economia

Carlos Mota dos Santos, presidente da Mota-Engil: “Os grandes atrasos nas obras são todos de empresas espanholas”

Nuno Botelho

Fotojornalista

O presidente da Mota-Engil critica o que considera serem os baixos valores-base das obras postas a concurso em Portugal, que em seu entender limitam a concorrência. Apesar de sinais de uma melhoria a este nível, aponta o dedo ao concurso para o segundo troço da primeira fase da linha de alta velocidade Porto-Lisboa (entre Oiã e Soure), cujo preço considera que também está desfasado da realidade, tal como o do primeiro troço, entre o Porto e Oiã. “É de uma exigência atroz”, diz Carlos Mota dos Santos. Ainda assim o consórcio de seis empresas portuguesas que a Mota-Engil lidera, e a quem foi adjudicado o primeiro troço, vai entregar uma proposta para o segundo troço em janeiro. A empresa diz também que vai concorrer a todos os projetos da alta velocidade (ao resto da linha Porto-Lisboa e às linhas Porto-Vigo e Lisboa-Évora) assim como ao novo aeroporto de Lisboa e às expansões dos metros do Porto e de Lisboa.

Durante muitos anos Portugal estudou, analisou, decidiu até avançar com infraestruturas importantes que depois nunca concretizou. Acredita que é mesmo desta que estas obras vão ser feitas?

Penso que hoje há um consenso político naquilo que é o chamado arco da governação, entre os dois principais partidos, PSD e PS, no que diz respeito a estas infraestruturas prioritárias. Tanto no projeto de alta velocidade ferroviária, como no novo aeroporto de Lisboa e no reforço da capacidade e de melhoria de qualidade do atual aeroporto Humberto Delgado, a par de outros projetos como a expansão dos metros de Lisboa e do Porto e outros projetos de infraestruturas. Não há um consenso geral na medida em que tudo se discute, se a bitola das novas linhas de comboio deve ser ibérica ou europeia ou se o aeroporto deve ser onde está decidido ou noutro sítio. Mas independentemente disso, tanto no anterior Governo como agora neste houve decisões. Está-se a implementar e agora é necessário começar a executar. Nós não podemos andar sempre a decidir e a deixar de decidir as coisas. Depois de se iniciar a execução estes temas passam a ser menos apaixonantes e menos polémicos e discutidos.

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