Augusto Mateus, economista, ex-ministro da Economia e consultor, diz ser preciso olhar para a fiscalidade das empresas e aproximá-la mais dos países europeus com os quais Portugal se compara, que pagam menos seis pontos percentuais de IRC, deixar de penalizar o lucro e favorecer a capacidade de investimento. Prefere olhar para a virtude das parcerias público-privadas, numa lógica de confiança entre o Estado e os privados. “O investimento é uma despesa que deu certo”, sintetiza. Vinte e oito anos depois de o seu nome ter ficado ligado a um plano que permitiu às empresas pagar as suas dívidas ao Estado, afirma ao Expresso que estas “continuam a ser insuficientemente competitivas”. Aponta três questões prioritárias: a descarbonização (que só se faz com fiscalidade à escala europeia), a deslocação da economia da quantidade para a “economia de valor” e travar a desigualdade e a pobreza. “É mais fácil cair na pobreza hoje [do que na segunda metade do século passado].”
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