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Bancos têm 39 mil cofres alugados a clientes, conteúdo é secreto

Bancos têm 39 mil cofres alugados a clientes, conteúdo é secreto

Aluguer de cofres bancários é um negócio em lento declínio. Maioria dos clientes são pessoas singulares e visitam-no uma vez por ano, em média. Lei de 2021 facilita investigações, mas, ao contrário do que acontece com as contas, que são minuciosamente escrutinadas, o conteúdo dos cofres passa ao lado do controlo bancário

Bancos têm 39 mil cofres alugados a clientes, conteúdo é secreto

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Paulo Buchinho

Ilustração

Há dois anos, com o Ocidente ainda a tentar organizar a resposta à invasão da Ucrânia, uma cidadã russa, com visto gold emitido pelo Estado português, começou a receber avultadas transferências para o BPI. Suspeitando da origem do dinheiro, vindo de um país alvo de sanções económicas, as autoridades mandaram bloquear temporariamente a conta e um cofre bancário que lhe estava associado, e, meses mais tarde, já com mandado na mão, dirigiram-se à agência bancária com ordem para arrombá-lo, se necessário fosse. Ao todo, encontraram €570 mil em dinheiro vivo, engavetado e fora do circuito legal.

A história relata uma investigação a suspeitas de lavagem de dinheiro com mecanismos de alerta a funcionar, mas expõe também como a análise minuciosa que os bancos estão obrigados a fazer sobre o dinheiro que troca de mãos no circuito financeiro contrasta com o buraco negro de informação sobre os cofres, que podem continuar a esconder todos os mistérios — os privados, mas também os ilegais.

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