Economia

Sete sindicatos da banca prometem protestos contra propostas "imorais e injustas" de aumentos salariais

Greve e concentração de trabalhadores do Grupo Caixa Geral Depósitos, esta manhã junto à sede da mesma em Lisboa, 1 de março de 2024. A greve é convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral Depósitos
Greve e concentração de trabalhadores do Grupo Caixa Geral Depósitos, esta manhã junto à sede da mesma em Lisboa, 1 de março de 2024. A greve é convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral Depósitos
MIGUEL A. LOPES

Representantes dos trabalhadores do sector financeiro prometem ações conjuntas contra o que dizem ser “a atitude de arrogante intransigência” da banca no bloqueio da negociação de aumentos salariais para os trabalhadores no ativo e reformados

Sete sindicatos da banca prometem protestos contra propostas "imorais e injustas" de aumentos salariais

Isabel Vicente

Jornalista

“Está na hora de salários e reformas justas e melhores condições de trabalho", dizem todos os sindicatos dos bancários, que decidiram ações conjuntas”, de acordo com um comunicado enviado às redações.

Os sete sindicatos dizem que as ações de protesto vão acontecer em datas a divulgar brevemente. São ações que visam todos os bancos, entre os quais os maiores - CGD, BCP, Santander Totta, Novo Banco, BPI, Crédito Agrícola e Banco Montepio.

Estes protestos surgem depois de em março ter havido uma greve convocada pelo sindicato dos trabalhadores do grupo CGD, o STEC, a que todos os sindicatos aderiram.

O diagnóstico que fazem aponta para oito pontos de batalha:

  1. Perda acumulada de poder de compra para ativos e reformados, referindo que a taxa de inflação foi em 2023 de 4,3% e nenhum dos bancos fechou atualizações considerando este aumento
  2. Pressão para a concretização de objetivos irrealistas
  3. Assédio laboral
  4. Crescimento desmesurado de casos de burnout
  5. Flagelo das horas extraordinárias não pagas
  6. Desemprego, face à destruição massiva de postos de trabalho em vários bancos, condenando, injustificadamente, centenas de bancários e as suas famílias
  7. Insatisfação e indignação dos clientes, que face ao encerramento de balcões e à falta de bancários são obrigados a deslocar-se e a suportar longas filas para atendimento
  8. Protesto dos clientes devido ao pagamento de comissões cada vez mais elevadas, tendo como contrapartida serviços mínimos

Em comunicado os sete sindicatos - STEC, SNQTB, Mais Sindicato, SBN, SBC, SIB e SinTaf - afirmam que os bancos têm tido uma atitude “de arrogante intransigência” bloqueando a negociação, e "insistindo em propostas imorais e injustas de aumentos salariais", ao mesmo tempo que repudiam “a lei ao avançar com aumentos por ato de gestão”.

Os sindicatos sublinham que apesar de os bancos terem tido “enormes lucros”, não refletem nas propostas de aumentos salariais para 2024 a inflação registada em 2023 nem compensam o poder de compra perdido nem refletem os ganhos de produtividade.

Os sindicatos reiteram que “os bancários merecem salários e pensões dignas – para tal, tabelas salariais e pensões de reforma têm de ser atualizados na justa medida”.

E repudiam “o argumento da banca de que há aumento da massa salarial, que inclui tudo, como prémios e incentivos – podem ser uma ajuda hoje, mas não se refletem no futuro, nomeadamente na pensão de reforma”.

Lembram também que "todos os setores de atividade e todos os governantes, atuais e passados, defendem a necessidade de urgentemente aumentar salários".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt

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