Bolsa de Lisboa escapa ao vermelho e spread da dívida mantém-se estável, depois de vitória tangencial da AD

Jornalista
A vitória à tangente da coligação AD sobre o PS, o partido do governo ainda em gestão, não provocou nenhuma alteração significativa nos humores nem da Bolsa de Lisboa nem dos títulos portugueses da dívida portuguesa na primeira sessão depois das eleições legislativas antecipadas realizadas no domingo. O índice PSI fechou com um ganho tangencial de 0,05% e o spread da dívida portuguesa manteve-se inalterado em 66 pontos-base, um pouco mais de meio ponto percentual de diferença face ao custo da dívida alemã, que serve de referência na zona euro.
O governo de António Costa continua em gestão e no calendário oficial só a 25 de março serão publicados os resultados oficiais e um novo governo chefiado por Luís Montenegro da coligação vencedora só deverá entrar em plenitude de funções após o debate do seu programa. A agência de notação canadiana DBRS apressou-se, esta segunda-feira, a sublinhar que um governo da AD prosseguirá “uma política orçamental sólida e de redução do rácio da dívida pública durante a legislatura”. No entanto, acrescentou que “o principal risco” está relacionado com o horizonte de um “parlamento em suspenso” e “um governo instável que complica a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
“O principal risco” está relacionado com o horizonte de um “parlamento em suspenso” e “um governo instável que complica a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, diz a agência de rating DBRS
No entanto, para os investidores ainda é cedo para uma avaliação do governabilidade em Portugal e o leilão de dívida publica de longo prazo que será realizado na próxima quarta-feira não deverá ser prejudicado, face ao pleno atual de rating no escalão A, atribuído pelas cinco principais agências de notação. “Na próxima quarta-feira, dia 12 de março, Portugal vai emitir dívida para 2031 e 2042. Enquanto não surgir uma degradação da perceção ou ameaça ao crescimento do PIB nacional, sobretudo, quando depende das ferramentas do executivo governamental como o investimento estatal de que é exemplo a prossecução do PRR, que atualmente constitui o principal instrumento de investimento público, a evolução económica deverá manter-se próxima da Europa e dos seus principais parceiros”, refere ao Expresso João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa..
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