O Ifo reviu em baixa as previsões de crescimento do PIB alemão para 0,2% em 2024. "A economia alemã está num impasse. O estado de espírito das empresas e das famílias é mau e a incerteza é elevada", afirma o instituto nas previsões da primavera
O instituto de estudos económicos alemão Ifo reviu em baixa, em cinco décimas de ponto, as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) alemão para 0,2% em 2024, depois de uma contração de 0,3% em 2023.
Em janeiro, o Ifo previa um crescimento em 2024 de 0,7% e, em dezembro, de 0,9%.
"A economia alemã está num impasse. O estado de espírito das empresas e das famílias é mau e a incerteza é elevada", afirma o instituto nas previsões da primavera.
O Ifo acredita que atividade económica na Alemanha continuará a diminuir no primeiro trimestre e que o PIB alemão cairá 0,1% em comparação com o quarto trimestre de 2023.
Os analistas do instituto não esperam uma recuperação económica percetível até ao segundo semestre do ano.
No entanto, o Ifo considera que o PIB crescerá 1,5% em 2025, o que representa uma revisão em alta de duas décimas de ponto percentual em relação à previsão do inverno.
"Contrariamente às expectativas, a economia alemã está em recessão no semestre de inverno de 2023/24", ou seja, somando o quarto trimestre de 2023 (-0,3%) e o primeiro trimestre estimado (-0,1%).
O Ifo estima que já no segundo trimestre a Alemanha crescerá 0,2%, no terceiro trimestre 0,5% e no quarto trimestre 0,5%.
O instituto considera que a indústria, em particular, não recuperará durante vários meses.
"A contenção dos consumidores, as elevadas taxas de juro e os aumentos de preços, as medidas de austeridade do Governo e a fraqueza da economia mundial estão atualmente a travar a economia alemã e conduzem a uma nova recessão de inverno", declarou Timo Wollmhäuser, diretor do departamento de estudos económicos do Ifo.
O responsável acredita que, com a diminuição gradual do peso das taxas de juro e com o aumento do poder de compra dos consumidores, a produção económica alemã "irá acelerar em meados do ano".
O instituto diz que há, no entanto, boas notícias no mercado de trabalho, uma vez que, apesar da queda do PIB, o número de empregados aumentará de 45,9 milhões para 46,1 milhões, atingindo um recorde de 46,2 milhões no próximo ano.
O número de desempregados só aumentará de um pouco mais de 2,6 milhões para 2,7 milhões este ano e cairá para menos de 2,6 milhões no próximo ano, diz o Ifo.
Ao mesmo tempo, os preços só subirão 2,3% este ano, em comparação com 5,9% no ano passado, enquanto a inflação em 2025 será de 1,6%.
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