INE confirma crescimento de 2,3% da economia portuguesa em 2023
O Instituto Nacional de Estatística confirmou a estimativa avançada no final de janeiro de um crescimento de 2,3% em 2023, acima das previsões do Governo e do Banco de Portugal
O Instituto Nacional de Estatística confirmou a estimativa avançada no final de janeiro de um crescimento de 2,3% em 2023, acima das previsões do Governo e do Banco de Portugal
Jornalista
A economia portuguesa no ano 2023 cresceu 2,3% em volume, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira, 29 de fevereiro. O crescimento económico do ano passado ficou acima das estimativas avançadas pelo Governo e de instituições como o Banco de Portugal, de 2,2% e 2,1%, respetivamente.
Para trás ficam 2022 (ano com um crescimento de 6,8%, o que não se via desde 1987) e as altas taxas de crescimento do pós-pandemia. O ritmo de crescimento enfraqueceu devido ao menor dinamismo da procura interna e externa, segundo o INE.
Já em termos nominais (isto é, sem descontar o impacto da inflação), o produto interno bruto (PIB) aumentou 9,7%, para os 266 mil milhões de euros, em 2023.
A procura interna aumentou menos em 2023, crescendo 1,4% no ano passado, e representou 1,4 pontos percentuais da taxa geral. Em 2022, tinha crescido 4,4% e significado 4,5 pontos percentuais da taxa de crescimento de 6,8%.
O consumo privado registou um crescimento de 1,6%, em termos reais, desacelerando relativamente ao aumento de 5,6% registado em 2022. “A despesa em bens não duradouros e serviços passou de um crescimento de 5% em 2022 para 1,1% e a componente de bens duradouros também desacelerou, de 11,7% para 7,1% em 2023”, detalha o INE. Por sua vez, a despesa do setor público “desacelerou em termos reais, registando uma taxa de variação de 1,2% (1,4% no ano anterior)”, acrescenta a mesma fonte.
Já o investimento “aumentou 0,8% em termos reais em 2023, após um crescimento de 3,5% registado no ano anterior”.
E, no que toca à procura externa líquida, esta “apresentou um contributo de 0,9 pontos percentuais para a variação anual do PIB, após o contributo de 2,3 pontos percentuais em 2022”.
O INE detalha que o “crescimento das exportações de bens e serviços desacelerou de 17,4% para 4,2% em 2023”, ao passo que “as importações de bens e serviços desaceleraram de 11,1% em 2022 para 2,2%”.
A autoridade estatística nacional também reiterou a estimativa de crescimento para o quarto trimestre, avançada a 30 de janeiro, de 2,2%, o que significa que a economia portuguesa conseguiu gerar riqueza mais rapidamente face ao terceiro trimestre, que terminou com uma taxa de crescimento homóloga de 1,9%.
No quarto trimestre, o contributo da procura interna intensificou-se graças à maior subida do consumo privado, que contrabalançou a desaceleração do investimento. A procura externa, por sua vez, acabaria por ajudar ao reforço da taxa de crescimento do último trimestre do ano, com as exportações de bens e serviços a crescerem mais rapidamente do que as importações. No trimestre anterior, a dinâmica fora a oposta.
“Pelo quarto trimestre consecutivo, observou-se um ganho de termos de troca em termos homólogos, embora menos expressivo que nos dois trimestres anteriores, em resultado da diminuição mais intensa do deflator das importações face ao deflator das exportações”, segundo o INE.
Em cadeia, o crescimento em volume foi de 0,8% no quarto trimestre, após ter diminuído 0,2% em cadeia no trimestre anterior, explica ainda o instituto.
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