O tema dos cortes futuros nos juros do Banco Central Europeu (BCE) não foi, uma vez mais, discutido na reunião de política monetária do conselho esta quinta-feira. Christine Lagarde foi perentória na resposta aos jornalistas na conferência de imprensa em Frankfurt: “Não discutimos de todo o corte nos juros”. Ainda não foi, desta vez, que o tabu foi levantado, apesar do colega Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana, ter admitido na véspera que o “tópico” passou a estar na agenda em Washington DC.
Definitivamente, Lagarde não é Powell e o BCE não é contagiado pela Fed. A francesa deitou um balde de água fria sobre a euforia nos mercados de derivados que apontam para cinco cortes de juros no próximo ano.
“Não é altura para baixarmos a guarda [no combate à inflação]”, afirmou, de novo, a presidente do BCE, que revelou, logo a abrir, que estava em recuperação do covid-19. Assegurou que não havia risco de contágio e, apesar dos ataques de tosse, resistiu até ao fim da conferência de imprensa, depois de ter participado na última reunião do ano de política monetária do BCE. Ironizou que, apesar da Organização Mundial de Saúde ter decretado o fim da pandemia, o coronavírus ainda anda por aí.
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