A taxa de inflação de novembro foi revista em baixa para os 1,5% face à estimativa avançada no passado dia 30, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira, 14 de dezembro. Foi uma revisão ligeira - a autoridade estatística apontou inicialmente para uma taxa de 1,6% - mas que volta a confirmar, ainda assim, a tendência de forte desaceleração no ritmo de subida dos preços sentida nos últimos meses. A taxa de inflação de novembro ficou 0,6 pontos percentuais abaixo da registada em outubro.
Segundo o INE, a causa principal para esta queda da taxa foi a estabilização do ritmo de subida dos preços dos bens alimentares - que continuam a subir, mas muito mais devagar. Em novembro, os preços da alimentação cresceram 0,4% comparados com os de há um ano. Em novembro de 2022, a subida tinha sido muito maior (1,7%).
Um dos indicadores mais seguidos pelos decisores de política monetária, a taxa de inflação subjacente, que exclui os bens alimentares não-processados e a energia por serem de preço volátil, fixou-se nos 2,9% em novembro, abrandando em relação aos 3,5% de outubro.
A taxa de inflação subjacente é alvo de particular atenção porque traduz a tendência de subida dos preços em bens e serviços que não tendem a registar grandes variações súbitas no custo final (como acontece por exemplo na produção de frutas e legumes, e na energia, como a gasolina ou o gás), sendo encarada como indicador de tendências de longo prazo nos preços.
Os bens energéticos estão em deflação, refletindo a correção dos preços face às subidas de 2022: em novembro, os produtos energéticos custavam menos 12,4% do que há um ano. No que toca aos produtos alimentares não transformados, os preços continuaram a subir, mas menos: cresceram 3,5% em novembro, quando em outubro aumentaram 4%.
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor - indicador que permite comparações entre estados-membros da União Europeia - por sua vez, foi de 2,2% em Portugal em novembro, um recuo de um ponto percentual em relação à taxa de outubro. A taxa de inflação harmonizada portuguesa fica assim 0,2 pontos percentuais abaixo da média da zona euro.
O INE calcula em 5% a variação média dos últimos 12 meses, quando esta em outubro era de 5,7%.
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