A Reserva Federal norte-americana (Fed) decidiu esta quarta-feira manter a opção por uma pausa na subida dos juros e avançar com projeções dos seus membros que apontam para três cortes na taxa diretora em 2024.
Uma paragem no ciclo de subida da taxa diretora foi decidida na reunião de setembro e reafirmada nos encontros de outubro e agora esta quarta-feira. A taxa atual está no intervalo entre 5,25% e 5,5%, acima da taxa de refinanciamento de 4,5% do Banco Central Europeu (BCE).
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, Jerome Powell (na foto), o presidente da Fed, adiantou que “há uma expetativa geral de que o tópico” do corte de juros estará em discussão daqui para a frente. Mesmo mantendo a estratégia de comunicação de admitir que “não está fora da mesa” a possibilidade de mais subidas de juros no caso da conjuntura o exigir, Powell deixou a mensagem de que novas subidas "não são prováveis".
A mediana das projeções avançadas pelos membros da Fed apontam para uma taxa final em 2023 de 5,4%, dentro do atual intervalo, o que leva os mercados a interpretarem que o consenso é de que o ciclo de subida dos juros já atingiu o pico. Para o final de 2024, as projeções apontam para uma taxa de 4,6%, implicando três cortes ao longo do ano.
No mercado de futuros, os investidores vão muito mais longe e projetam uma taxa final em 2024 no intervalo entre 3,75% e 4%, implicando uma redução acumulada de 150 pontos-base, o equivalente a um corte global de 1,5 pontos percentuais ao longo do ano. Segundo a plataforma Fed Watch da CME, há uma probabilidade de 65% para o primeiro corte de juros ser já na reunião de 20 de março. Antes da reunião desta quarta-feira, o primeiro corte era projetado para maio.
Uma decisão de descida já na segunda reunião do próximo ano colocará a Fed à frente do BCE. O mercado de derivados na zona euro, aponta para um primeiro corte da taxa do BCE em abril. No entanto, até à data, a equipa liderada por Christine Lagarde continua a manter um tabu sobre a questão da discussão dos cortes dos juros, considerando o tema prematuro.
A atenção dos investidores e dos analistas vai dirigir-se agora para a reunião de quinta-feira do BCE e para a conferência de imprensa de Lagarde após a divulgação do comunicado oficial.
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