Em muitas economias, os juros reais — descontando a inflação — já são positivos. É também este o caso de Portugal
Desde setembro que entrámos numa grande pausa na subida dos juros dos bancos centrais. No mês passado, 62,5% das decisões tomadas foram no sentido de não mexer nas taxas. E, entre os 15 que alteraram os juros, a maioria optou, em novembro, por cortar em vez de subir (ver quadro). Em dezembro serão mais de 40 as reuniões de política monetária, com destaque, já na próxima semana, para a Reserva Federal norte-americana (Fed), para o Banco Central Europeu (BCE) e para o Banco de Inglaterra. As expectativas para estas três reuniões importantes apontam para a manutenção da estratégia de paragem na subida dos juros.
Neste momento, a política monetária é já claramente restritiva — para usar a linguagem dos banqueiros centrais — em sete das grandes economias desenvolvidas, incluindo a zona euro no seu conjunto, e na China (ver quadro). Os juros reais — descontando nas taxas diretoras nominais dos bancos centrais a inflação entretanto registada — são positivos em economias desenvolvidas, como os Estados Unidos, a área do euro e o Reino Unido. O que isso significa é que a inflação já é inferior à taxa diretora fixada pelo Banco Central, tornando o custo real do dinheiro punitivo do investimento e das famílias. Escapam, por agora, a uma situação restritiva a Austrália, o Japão (onde a taxa do Banco Central é negativa desde 2016), a Nova Zelândia e a Suécia, onde os juros reais ainda estão em terreno negativo.
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