Economia

China diz que restrições impostas pela UE nas exportações de tecnologia "não fazem sentido"

China diz que restrições impostas pela UE nas exportações de tecnologia "não fazem sentido"
Thomas Peter/REUTERS

"Se a UE impõe restrições à exportação de produtos de alta tecnologia para a China, por um lado, e espera aumentar as suas exportações para a China, por outro, receio que não faça sentido", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático

O Governo chinês disse, esta quarta-feira, que as restrições impostas pela União Europeia (UE) no fornecimento de alta tecnologia à China "não fazem sentido" e causam desequilíbrios comerciais, na véspera de uma cimeira em Pequim.

"Se a UE impõe restrições rigorosas à exportação de produtos de alta tecnologia para a China, por um lado, e espera aumentar significativamente as suas exportações para a China, por outro, receio que não faça sentido", disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.

Os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, vão reunir-se na quinta e na sexta-feira com as autoridades do país asiático, retomando um encontro anual que foi suspenso durante os três anos da pandemia.

A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde.

No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado, suscitando fortes reclamações por parte de Bruxelas, que acusa o país asiático de práticas comerciais "injustas".

Von der Leyen afirmou na terça-feira que "os líderes europeus não vão tolerar um desequilíbrio no comércio a longo prazo".

"A China é um parceiro fiável e indispensável para a UE", reagiu Wang em conferência de imprensa regular.

"A gestão adequada das diferenças através do diálogo e da consulta é importante para o desenvolvimento das relações entre a China e a UE", sublinhou.

"Esperamos que a parte europeia colabore com a China para encontrar um meio-termo, crie uma atmosfera positiva para que a reunião entre os líderes da China e da UE tenha sucesso e envide esforços conjuntos para o desenvolvimento saudável e estável das relações", acrescentou.

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