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Mais cortes na produção de petróleo vão travar a economia?

Maiores produtores de petróleo poderão decidir prolongar cortes para o início do próximo ano
Maiores produtores de petróleo poderão decidir prolongar cortes para o início do próximo ano

Com a Arábia Saudita a querer limitar mais a produção, como seria a economia portuguesa afetada?

Mais cortes na produção de petróleo vão travar a economia?

Miguel Prado

Editor de Economia

Os maiores produtores mundiais de petróleo poderão nos próximos dias anunciar um prolongamento dos cortes de produção até ao início do próximo ano, como forma de puxar pela cotação da matéria-prima. Mas se esse efeito nos preços pagos pelos consumidores de combustíveis tende a ser imediato, o impacto dessa eventual decisão do cartel na economia portuguesa poderá ser resi­dual. A análise de sensibilidade da proposta do Orçamento do Estado para 2024 prevê que um agravamento de 20% do preço do Brent, o petróleo de referência na Europa, apenas teria um impacto negativo de 0,1 pontos percentuais (pp) no Produto Interno Bruto (PIB).

No passado fim de semana, o “Financial Times” avançava que a Arábia Saudita se preparava para estender pelo menos até à primavera a redução de um milhão de barris por dia que impôs a si mesma no passado verão. Isso serviria para puxar pelo preço do crude, que na semana passada caiu para 77 dólares por barril, um mínimo de quatro meses. A queda foi reflexo de um aumento dos stocks e da redução do risco geo­político, de acordo com Vítor Madeira, analista da corretora XTB. A possibilidade de os cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) virem a ser prolongados impulsionou no início desta semana a cotação do Brent para cerca de 82 dólares. Mas na quarta-feira a OPEP anunciou o adiamento da reunião que estava prevista para este fim de semana em Viena, reagendando o encontro para 30 de novembro. A decisão, que poderá traduzir um desacordo sobre os cortes, fez a cotação do Brent cair quase 5%, para os 78 dólares por barril.

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