O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, não acredita que a atual crise política em Portugal, espoletada pela demissão do primeiro-ministro, António Costa, vá ter impacto na economia portuguesa, e no investimento em particular.
Na conferência de imprensa de apresentação das novas projeções económicas de Bruxelas - onde o cenário de crescimento para a economia portuguesa em 2023 e 2024 foi revisto em baixa - Gentiloni foi questionado sobre esse impacto. E também sobre se as investigações judiciárias em curso, relacionadas com grandes projetos de investimento na transição energética e na área digital, podiam afetar o investimento no país.
Mas, o comissário, que pertence à família dos socialistas europeus - tal como António Costa -, afastou esse cenário.
Gentiloni começou por apontar que as projeções divulgadas pela Comissão Europeia têm apenas “diferenças ligeiras” face às do Governo (inscritas na proposta do Orçamento do Estado para 2024).
“A projeção de crescimento para 2023 está em linha com a do Governo. Para 2024 é ligeiramente mais baixa, como acontece com outros países”, afirmou Gentiloni.
No âmbito das contas públicas, as diferenças também são “ligeiras”, disse o comissário. E, a este nível, foi mais longe: “Espero que estejamos errados, se o posso dizer. Gosto da meta que as autoridades portuguesas têm nos seus planos de ter a dívida pública abaixo de 100% do PIB já em 2024”. E lembrou que a Comissão também espera que o rácio da dívida pública portuguesa desça abaixo dessa fasquia, “mas em 2025”.
“Tomo nota que apesar da crise que decorre em Portugal, as autoridades decidiram aprovar o Orçamento do Estado, em antecipação às eleições”, salientou Gentiloni. E rematou: “Não penso que esta situação vá ter impacto no investimento no país”.
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