Depois de resgatado há uma década, os juros da dívida caminham para o grupo dos mais baixos no euro no final de 2024
Há dez anos, Portugal integrava as cinco economias do euro que, desde 2010, foram resgatadas pela troika de uma bancarrota que os mercados davam como certa. A dívida portuguesa estava no clube das cinco piores do euro, juntamente com a Grécia, Irlanda, Chipre e Espanha, sucessivamente resgatados. Entretanto, ocorreu uma revolução na geografia do prémio de risco exigido pelos investidores para deterem dívida de alguns dos periféricos do euro.
A Irlanda subiu rapidamente para o clube dos melhores da zona euro, reduzindo a dívida pública para menos de 80% do produto interno bruto (PIB) logo em 2015, e Portugal trilhou um caminho de vários anos para se financiar com juros de longo prazo mais baixos do que o vizinho espanhol. Nos leilões mais recentes, na dívida a vencer em 2029, o Tesouro português pagou um juro médio de 3,181% enquanto o espanhol pagou 3,679%. Numa obrigação a vencer em 2035, Portugal pagou 3,632%, menos do que Espanha num título a vencer mais cedo, em 2033, em que Madrid pagou 4,067%. Segundo as previsões recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2024, o rácio da dívida portuguesa no PIB será já inferior ao da Bélgica e França.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt