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Economia

BCE entre a espada da recessão e a parede da inflação

Christine Lagarde, presidente do BCE, vinha avisando para juros altos durante um período prolongado
Christine Lagarde, presidente do BCE, vinha avisando para juros altos durante um período prolongado
KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP via Getty Images

Crise. Com a inflação ainda elevada, indicadores apontam para risco crescente de recessão na zona euro. Subida dos juros penaliza a atividade e guerra em Gaza complica ainda mais o cenário

A inflação na zona euro está a descer — ficou nos 4,3% em setembro —, mas ainda é mais do dobro dos 2% de referência para o Banco Central Europeu (BCE). Ao mesmo tempo, a economia do espaço da moeda única está muito débil e pode já ter contraído no terceiro trimestre deste ano, queda que ameaça repetir-se nos próximos trimestres. O contexto é de estagflação, com o risco de recessão a crescer. É nesse sentido que apontam os indicadores e os economistas ouvidos pelo Expresso. E a guerra em Gaza, além do drama humanitário, é mais uma variável a pesar negativamente nesta equação. Para já, os efeitos económicos sobre a Europa são limitados. Mas uma escalada do conflito pode ser catastrófica.

É com este pano de fundo que o BCE voltou a reunir esta semana — já depois do fecho desta edição —, com as taxas de juro em cima da mesa. As projeções das principais organizações internacionais para a economia da zona euro este ano são de estagnação, com 2024 pouco melhor. Mas “os sinais de recessão na zona euro estão a crescer”, alerta uma nota de análise do Commerzbank, destacando os índices PMI (Purchasing Managers’ Index) — que servem de barómetro para a atividade económica. Em outubro, o índice para o sector dos serviços caiu para 47,8 pontos e “tem estado claramente em território de recessão desde há três meses”, salienta essa nota, apontando que o índice para a indústria transformadora re­cuou para 43 pontos, permanecendo em “território recessivo há meses”.

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