
Crise. Com a inflação ainda elevada, indicadores apontam para risco crescente de recessão na zona euro. Subida dos juros penaliza a atividade e guerra em Gaza complica ainda mais o cenário
Crise. Com a inflação ainda elevada, indicadores apontam para risco crescente de recessão na zona euro. Subida dos juros penaliza a atividade e guerra em Gaza complica ainda mais o cenário
Jornalista
A inflação na zona euro está a descer — ficou nos 4,3% em setembro —, mas ainda é mais do dobro dos 2% de referência para o Banco Central Europeu (BCE). Ao mesmo tempo, a economia do espaço da moeda única está muito débil e pode já ter contraído no terceiro trimestre deste ano, queda que ameaça repetir-se nos próximos trimestres. O contexto é de estagflação, com o risco de recessão a crescer. É nesse sentido que apontam os indicadores e os economistas ouvidos pelo Expresso. E a guerra em Gaza, além do drama humanitário, é mais uma variável a pesar negativamente nesta equação. Para já, os efeitos económicos sobre a Europa são limitados. Mas uma escalada do conflito pode ser catastrófica.
É com este pano de fundo que o BCE voltou a reunir esta semana — já depois do fecho desta edição —, com as taxas de juro em cima da mesa. As projeções das principais organizações internacionais para a economia da zona euro este ano são de estagnação, com 2024 pouco melhor. Mas “os sinais de recessão na zona euro estão a crescer”, alerta uma nota de análise do Commerzbank, destacando os índices PMI (Purchasing Managers’ Index) — que servem de barómetro para a atividade económica. Em outubro, o índice para o sector dos serviços caiu para 47,8 pontos e “tem estado claramente em território de recessão desde há três meses”, salienta essa nota, apontando que o índice para a indústria transformadora recuou para 43 pontos, permanecendo em “território recessivo há meses”.
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