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2012: Quando Draghi salvou o euro

“Custe o que custar”: a expressão utilizada em julho de 2012 por Mario Draghi acalmou a desconfiança reinante nos mercados
“Custe o que custar”: a expressão utilizada em julho de 2012 por Mario Draghi acalmou a desconfiança reinante nos mercados
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Nove meses após assumir a liderança do Banco Central Europeu (BCE), o italiano garantiu que estava “pronto para, custe o que custar, preservar o euro”

A expressão em inglês “whatever it takes” (custe o que custar) passou a ser uma marca de Mario Draghi, o italiano que apenas nove meses antes passara a chefiar o Banco Central Europeu (BCE). “Dentro do seu mandato, o BCE está pronto para, custe o que custar, preservar o euro”, disse em Londres na Global Investment Conference, a 26 de julho de 2012. Depois de uma pausa muito curta, acrescentou: “E acreditem, será suficiente.” O jornal britânico “Financial Times” elegeu-o como a personalidade do ano e, entre os pares, começou a ser cognominado como “Super Mario”. E o Nobel Paul Krugman, a poucos meses de o italiano deixar a liderança do BCE, considerou-o “o maior banqueiro central dos tempos modernos” na sua coluna no “The New York Times”.

O local para a declaração do “custe o que custar” foi simbólico. Draghi escolheu a British Business Embassy na Lancaster House em Londres, e não Frankfurt após uma reunião do conselho do BCE. “Londres é o centro do mercado financeiro e ele tinha de convencer o mercado”, sublinha Lucrezia Reichlin, professora na London Business School e a primeira mulher a ocupar o cargo de economista-chefe do BCE entre 2005 e 2008. “Um simples anúncio pelo conselho do banco não teria sido tão eficaz”, acrescenta a académica em entrevista ao Expresso. Na audiência estava Christine Lagarde, então diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), e o mexicano Ángel Gurria, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Lagarde, sete anos depois, quando sucedeu a Draghi à frente do BCE, recordou que ouviu a máxima em direto, e confessou perante os eurodeputados esperar “nunca ter de chegar a essa situação” e ter de falar grosso para os mercados como Draghi fez.

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