Depois da subida em agosto, interrompendo uma série de nove meses sempre a descer, a inflação em Portugal recuou em setembro, ainda que muito ligeiramente, indica a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicada esta sexta-feira.
Segundo a autoridade estatística nacional, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor ficou nos 3,6% em setembro, o que compara com 3,7% em agosto.
Os dados indicam que os preços dos produtos energéticos. onde se incluem os combustíveis, continuaram a pressionar em alta a inflação, tal como já tinha acontecido em agosto.
O INE indica que a variação do índice relativo aos produtos energéticos ter-se-á fixado em setembro em -4,1%. Um valor que, apesar de ser negativo, é mais modesto do que a queda de 6,5% observada em agosto.
Isto significa que os preços dos produtos energéticos estão abaixo do registado em setembro do ano passado, mas que essa diferença tem vindo a esbater-se e é agora muito menor do que acontecia há poucos meses.
Melhores notícias para os consumidores vêm dos produtos alimentares não transformados. O INE indica que a subida de preços destes produtos abrandou para 6% em setembro, valor abaixo dos 6,4% de agosto.
Quanto ao indicador de inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos, porque têm preços mais voláteis) recuou para 4,1% em setembro, segundo a estimativa rápida do INE. Este valor compara com 4,5% em agosto.
O indicador de inflação subjacente é muito importante - e um dos indicadores a que os bancos centrais dão mais atenção no acompanhamento dos preços - porque traduz a disseminação das pressões inflacionistas pela economia. O seu recuo significa que a persistência dessas pressões está a diminuir.
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