É a semana de setembro mais carregada de reuniões de bancos centrais. São 20 reuniões com decisões de política monetária, com destaque, pela sua importância global, para o Banco Popular da China, a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), o Banco de Inglaterra e o Banco do Japão.
Recorde-se que, na semana passada, o Banco Central Europeu decidiu fazer um novo aumento dos juros em 25 pontos-base. Nessa semana, além do BCE, o Banco da Rússia (mais 100 pontos-base) e o Banco central da Dinamarca (mais 25 pontos-base) subiram juros, mas as autoridades monetárias do Perú e da Ucrânia cortaram.
Esta semana, bancos centrais de outros membros do G20 também decidem a política monetária, como a África do Sul, o Brasil, a Indonésia e a Turquia. Na Europa, a Noruega, Suécia e Suíça também tomam decisões.
Os analistas e os mercados apontam para uma pausa na subida dos juros nos Estados Unidos e a continuação do aumento dos juros no Reino Unido e na Suíça. O Japão deverá manter a sua política de taxa negativa (desde 2016) e prevê-se que a China não decida novo corte nos juros depois do realizado em agosto.
Fed pode regressar a uma pausa
A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) reúne-se na quarta-feira e a decisão está a atrair, de novo, muitas expetativas, depois do BCE se ter mostrado inflexível na continuação do ciclo de aumentos dos juros.
Nos mercados de futuros, a probabilidade para uma pausa a 20 de setembro é de 99%, segundo a plataforma Fed Watch da CME. A Fed deverá manter a taxa diretora no intervalo entre 5,25% e 5,5%%. No limite superior está 1 ponto percentual acima da decidida pelo BCE, na semana passada, que ficou em 4,5% (taxa de refinanciamento). Para as duas reuniões seguintes, a 1 de novembro e 13 de dezembro, a probabilidade maioritária é para a continuação da pausa por parte da equipa dirigida por Jerome Powell. Na quarta-feira, os membros da Fed divulgarão as suas projeções para os juros e para a economia (crescimento e inflação).
A Fed decidiu-se por uma pausa em junho, mas regressou aos aumentos na reunião seguinte em julho.
No entanto, uma sondagem do Financial Times aponta para a possibilidade de uma subida a 20 de setembro, recolhendo 50% das opiniões. E 35% dos analistas ouvidos acham que pode haver ainda duas subidas até final do ano.
Banco de Inglaterra não trava
O banco da libra esterlina deverá subir os juros em 25 pontos-base na próxima quinta-feira, segundo a Econoday. Os juros deverão aumentar para 5,5%, igualando o atual limite máximo da taxa da Fed.
As previsões apontam para o ciclo de subidas, iniciado em dezembro de 2021, poder estender-se até ao final do primeiro semestre do próximo ano, o que empurraria os juros para um pico de 7%, o nível mais alto desde 2000.
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