Economia

Fabricante de chips Arm ruma à bolsa: será a maior oferta pública nos EUA em quase dois anos

Fabricante de chips Arm ruma à bolsa: será a maior oferta pública nos EUA em quase dois anos
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A fabricante de chips Arm, comprada pelo Softbank em 2016, quer entrar no Nasdaq em setembro deste ano. Deverá ser a maior oferta pública inicial desde novembro de 2021

A britânica Arm, que foi comprada pelo japonês Softbank em 2016, pretende entrar no índice Nasdaq, no decorrer do próximo mês. Deverá ser a maior oferta pública inicial (IPO) nos Estados Unidos (EUA) em quase dois anos, escreve o “Financial Times”.

Uma avaliação interna do grupo Softbank avaliou a Arm em 64 mil milhões de dólares (cerca de 58 mil milhões de euros).

A concretizar-se, a Arm será a empresa mais valiosa a concluir um IPO nos EUA desde pelo menos novembro de 2021, quando a fabricante de carros elétricos Rivian entrou para o mercado com uma capitalização inicial de 70 mil milhões de dólares.

O documento do grupo japonês revela que a Arm depende da China para quase um quarto das suas receitas, numa altura em que a administração Joe Biden está a aumentar as restrições às atividades das empresas de semicondutores dos EUA naquele país.

A Arm regressa ao mercado, após uma ausência de quase sete anos, numa altura em que o mercado de smartphones está a enfrentar a sua maior queda em uma década.

No ano terminado a 31 de março, a receita da Arm foi de 2,7 mil milhões de dólares, uma queda de 1%. Já o lucro caiu 5%, para 524 milhões de dólares.

A desaceleração do mercado está a pressionar a Arm a explorar novas fontes de crescimento, expandindo-se nos mercados automóvel e de computação.

Segundo o jornal, o Softbank manteve conversações com vários clientes e grupos de tecnologia para se tornarem investidores no IPO, incluindo Amazon, Intel e Nvidia.

A empresa britânica já alertou que é “particularmente suscetível aos riscos económicos e políticos” que afetam a China, o maior mercado mundial de smartphones. A relação da empresa com a China é ainda mais complicada, uma vez que os negócios da Arm nesse país são administrados por uma empresa local que nem ela nem o Softbank controlam.

Apesar do que descreve como uma “dependência significativa” da Arm China, a Arm não tem direitos de gestão direta na empresa e detém apenas uma participação indireta de 4,8% na entidade, que é detida maioritariamente por vários investidores chineses. Uma subsidiária do Softbank, na qual a Arm detém uma participação de 10%, possui 48% da Arm China. Contudo, os registos do governo chinês mostram que a Arm continua a deter diretamente a propriedade de quase metade da unidade na China.


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