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Altice recusou vender por €8 milhões prédio que entregou a ‘amigo’ por €7 milhões

Entre 2018 e 2020, a Altice vendeu sete edifícios da antiga PT no centro de Lisboa a Hernâni Vaz Antunes por cerca de €24 milhões
Entre 2018 e 2020, a Altice vendeu sete edifícios da antiga PT no centro de Lisboa a Hernâni Vaz Antunes por cerca de €24 milhões
tiago miranda

Investigação. Empresa vendeu prédio em Lisboa por €7 milhões ao braço-direito de Armando Pereira meses depois de dar nega a valor superior

Em abril de 2019, a Altice decidiu recusar formalmente uma proposta para a compra do prédio da antiga sede do portal Sapo, no número 32 da Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, a poucos metros da sede do grupo. O Expresso sabe que os potenciais compradores tinham avançado no mês anterior com uma proposta no valor de €8 milhões para adquirir o imóvel junto à estação de Metro de Picoas, oferta esta que segundo fontes próximas do processo poderia ser revista em alta, tal como foi transmitido à Altice na altura. Foi João Pedro de Mendonça, então diretor de património da operadora de telecomunicações (e que já saiu do grupo), quem acabou por alertar, em endereço eletrónico, os interessados no prédio que a administração do poderoso grupo económico português tinha optado por outra solução.

No final do mesmo ano, o imóvel acabaria por ser vendido por €7 milhões pela MEO Serviços de Comunicações e Multimédia, do Grupo Altice, a uma empresa sediada na Zona Franca da Madeira, a Smartdev, de Hernâni Vaz Antunes, arguido da Operação Picoas atualmente em prisão domiciliária e considerado o braço-direito de Armando Pereira, que fundou a Altice com Patrick Drahi. A administração da Altice Portugal, então liderada por Alexandre Fonseca (gestor atualmente com funções suspensas), aceitou vender por €1 milhão abaixo da proposta que a operadora tinha recusado meses antes.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt

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