Numa tentativa de acalmar os mercados, o governo italiano estabeleceu um limite para a nova taxa sobre os lucros extraordinários dos bancos. Ao final do dia desta terça-feira, as Finanças revelaram que o imposto não representará mais do que 0,1% dos ativos totais dos bancos, escreve a “Reuters”.
O anúncio deu-se na terça-feira à noite, após os bancos italianos terem derrapado em bolsa. Através de comunicado, o Governo esclareceu que os bancos que oferecem remunerações dos depósitos aos seus clientes não terão um impacto significativo com esta medida, que ficará limitada a 0,1% dos seus ativos.
Segundo a agência de notícias, a banca italiana perdeu, em média, 7,6% na terça-feira, com o líder do setor Intesa Sanpaolo a cair 8,6% e o BPER 10,9%.
Alguns analistas consultados pela “Reuters” indicam que a decisão italiana foi inesperada e o mercado não estava preparado, sendo particularmente prejudicial para a confiança dos investidores.
Na terça-feira foi anunciado que o governo conservador de Meloni iria taxar em 40% os lucros extraordinários dos bancos em 2023, o que pode significar mais de 2 mil milhões de euros para os cofres italianos.
O imposto visa atacar o grande crescimento dos lucros do setor bancário que têm vindo a crescer devido à subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu.
Itália é, aliás, um dos países críticos da política de Christine Lagarde. "Há meses que dizemos que o BCE fez mal em aumentar as taxas e esta é uma consequência inevitável", disse Antonio Tajani, vice-primeiro-ministro, após se saber do novo imposto.
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