O futuro Governo espanhol irá encontrar uma economia próspera, mas em fase de arrefecimento
Apesar dos bons dados macroeconómicos, em Espanha os cidadãos só notam, nos seus bolsos, os altos preços e os créditos mais caros
Apesar dos bons dados macroeconómicos, em Espanha os cidadãos só notam, nos seus bolsos, os altos preços e os créditos mais caros
Correspondente em Madrid
O empresariado espanhol, através do seu máximo órgão representativo, a CEOE (Confederação Espanhola de Organizações Empresariais) já exprimiu a sua preocupação pela situação decorrente das eleições legislativas do passado domingo, dia 23. Já se sabe que o dinheiro abomina a insegurança e foge da instabilidade, dois dos seus inimigos mais qualificados.
O cenário de incerteza que se apresenta para a formação de um novo Governo, com a possibilidade certa de um bloqueio que exija uma repetição eleitoral no final do ano, está a provocar já alguns movimentos de ajuste na atividade económica, como demonstram os comportamentos bolsistas dos dias posteriores às eleições.
A CEOE pediu diretamente aos dois grandes partidos, o esquerdista PSOE e o conservador PP, ambos grupos nacionais que registaram subidas em votos e lugares parlamentares, que se ponham de acordo e pactuem um Executivo que dê estabilidade à economia espanhola.
Essa situação está a ser presidida por um paradoxo: enquanto os dados macroeconómicos mostram que o Governo que vier a constituir-se irá encontrar uma economia sólida e dinâmica, a perceção dos cidadãos é outra: os preços subiram para níveis insuportáveis, os salários não crescem na mesma direção, o encarecimento da habitação e dos créditos hipotecários tornam impossível a emancipação de milhões de jovens, a disponibilidade de trabalho e de salários já não é garantia de que as famílias cheguem ao fim do mês, e cresce o número de lares que são incorporados nas listas da pobreza.
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