Economia

Programa Mais Habitação "vai destruir milhares de postos de trabalho", diz AHRESP

Programa Mais Habitação "vai destruir milhares de postos de trabalho", diz AHRESP
Inês Duque

Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal reafirma a "total discordância" deste pacote que contém mudanças ao nível do arrendamento, dos licenciamentos ou do alojamento local

A Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal (AHRESP) alertou esta quarta-feira para o desaparecimento de muitos Alojamentos Locais e destruição de milhares de postos de trabalhos com o arranque do Pacote Mais Habitação, hoje aprovado pelo parlamento.

A associação reafirma a "total discordância" deste pacote que contém mudanças ao nível do arrendamento, dos licenciamentos ou do alojamento local, e que foi aprovado em votação final global, na quarta-feira, com a bancada do PS a votar isolada. PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda votaram contra a proposta, enquanto Livre e PAN optaram por se abster.

"A entrada em vigor do Pacote Mais Habitação terá um forte e negativo impacto na atividade de AL, já que a maioria dos estabelecimentos não possui características adequadas à sua transição para o mercado de arrendamento", adverte.

Na opinião da associação, inevitavelmente, o desaparecimento de muitos destes estabelecimentos de AL vai provocar a "destruição de milhares" de postos de trabalhos diretos e indiretos.

A AHRESP alerta para o facto de o pacote aprovado vir a alterar os pressupostos que pautaram a entrada dos empresários na atividade de AL, nomeadamente através do reforço do poder dos condomínios e por via da criação de uma taxa discriminatória.

"Considerando que a ligação direta entre o problema da escassez de habitação e o AL é um erro estratégico, pois carece de um estudo aprofundado sobre a realidade desta atividade, a AHRESP entende que a aprovação desta nova legislação vai provocar o decréscimo de uma atividade que só este ano, entre janeiro e maio, e apenas considerando as unidades com 10 ou mais camas, registou um incremento nos proveitos de 48% face ao ano passado, tendo contribuído substancialmente para o crescimento da atividade turística", destaca.

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