A economia chinesa registou em junho inflação zero, de acordo com a estimativa publicada esta segunda-feira pelo Gabinete Nacional de Estatísticas em Pequim para a variação homóloga (em relação a junho do ano passado). É o nível mais baixo desde fevereiro de 2021.
A estagnação dos preços no consumidor segue-se a níveis de inflação homóloga muito baixa de 0,1% em abril e 0,2% em maio. Em janeiro deste ano a inflação estava em 2,1% e o processo desinflacionista (de redução da inflação) foi, desde então, muito abrupto. O banco de investimento Nomura prevê que a China entre em deflação (quebra de preços) já em julho, com uma queda de 0,5%.
O comportamento das componentes do índice de preços no consumidor (IPC) é muito divergente. Na alimentação, a inflação subiu para 2,3%, o nível mais alto nos últimos três meses, devido a um disparo nos preços dos vegetais e dos ovos. A inflação subjacente (excluindo a alimentação e a energia) desacelerou de 0,6% em maio para 0,4% em junho.
Oficialmente a meta de inflação para 2023 é de 3%, depois de ter registado 2% no ano passado. Os analistas asiáticos apontam para o risco de a China entrar em deflação.
Nos preços na produção industrial, o ciclo é de quebra dos preços, com o ciclo deflacionista já no nono mês consecutivo. Segundo a estimativa do Gabinete Nacional de Estatísticas, a quebra em junho foi de 5,4%, agravando a registada no mês anterior (4,6%).
China no clube da inflação mais baixa
Com a estagnação de preços no consumidor em junho, a China consolidou a sua posição no grupo das economias em deflação ou com inflação muito baixa à escala mundial.
Com base nos dados para junho já publicados, registam quebras de preços as Seicheles (-1,3%), a Costa Rica (-1%) e a Arménia (-0,5%). Abaixo de 1% de inflação encontram-se a China (zero por cento), Tailândia (0,23%), Geórgia (0,6%) e Macau (0,9%).
Na zona euro, os níveis mais baixos de inflação em junho registaram-se no Luxemburgo (1%) e em Espanha (1,6%). Recorde-se que a média da zona euro ficou em 5,5% e a inflação em Portugal (segundo o índice harmonizado usado pelo Eurostat) registou 4,7% (3,4% segundo a estimativa do Instituto Nacional de Estatística).
O nível mais elevado de inflação em junho registou-se no Zimbabué (176%). Os dados de junho para a Argentina, outro campeão de hiperinflação, ainda não são conhecidos.
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