
Empresas com a corda no pescoço puderam renegociar o pagamento de dívidas com o Estado em suaves prestações. Admitiram-se bens móveis para pagar dívidas e a conversão de créditos em capital
Empresas com a corda no pescoço puderam renegociar o pagamento de dívidas com o Estado em suaves prestações. Admitiram-se bens móveis para pagar dívidas e a conversão de créditos em capital
Jornalista
Empresas com pouca capacidade competitiva e uma insustentável aposta na aparente “vantagem” dos baixos salários; empresas que não reinvestem os lucros ou estão descapitalizadas; subsídios públicos pouco seletivos e acumulação de atrasos nos pagamentos a fornecedores. Tendo várias semelhanças com a atualidade, o diagnóstico remonta a 1996 e esteve na origem do lançamento do Plano Mateus, um programa de renegociação de dívidas ao Estado que, ao contrário dos que o antecederam e sucederam, nasceu a olhar para a economia, e não para as finanças públicas.
Quando Augusto Mateus chegou ao Governo (primeiro como secretário de Estado de Daniel Bessa e, poucos meses depois, como ministro), o país estava mal recomposto de um conjunto de choques económicos. A entrada em vigor do mercado único, a adesão ao mecanismo europeu de taxas de câmbio e a reunificação das duas Alemanhas, aliadas às políticas de desvalorização cambial, criaram pressões acrescidas em economias débeis e empresas pouco competitivas como as portuguesas. Houve falências, cresceram os processos de reestruturação e acumulavam-se dívidas a fornecedores e ao erário público, recorda Augusto Mateus.
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