Houve a presunção de que o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, e o secretário do Tesouro, Miguel Cruz, tinham falado sobre o acordo de saída de Alexandra Reis, no montante de 500 mil euros, porque os dois contactavam com bastante regularidade sobre a TAP, afirmou Maria Antónia Araújo, na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da transportadora aérea.
“Houve um encadeamento de presunções. (...) Soubemos depois que foi uma presunção errada”, admite Maria Antónia Araújo. A ex-chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos afirmou durante a audição, que durou quatro horas e meia, que a indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis foi uma “recomendação” da antiga presidente executiva, Christine Ourmières-Widener.
O Ministério das Infraestruturas "não era uma comédia", afirmou a ex-chefe de gabinete, em resposta a uma metáfora feita por Filipe Melo, do Chega, usando personagens da Disney. Eram, detalhou, cerca de 65 pessoas que estavam “ali empenhadas” e que trabalhavam com "lealdade e dedicação".
"E já tive oportunidade de esclarecer muitos factos que o senhor está a efabular. (...) E em certo sentido estou grata por me terem chamado aqui", disse ainda em resposta a Filipe Melo.
Maria Antónia Araújo assegurou que "nunca houve ingerência política na TAP nos termos que a CEO [Christine Ourmières-Widener] referiu quando cá esteve".
A partir de 4 de janeiro deixou de ter acesso a dossiês sobre a TAP, repetiu. E disse que desconhecia a "reunião secreta" de 17 de janeiro, com os deputados do PS, onde participou Christine Ourmières-Widener. A antiga chefe de gabinete esclareceu que só teve conhecimento do encontro quando a questão surgiu através da pergunta de Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal.
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