"A privatização é um processo que está em aberto, muito imberbe, na sua fase exploratória e sobre essa matéria não posso opinar com rigor e detalhe", avançou Jaime Andrez, presidente da Parpública desde 24 de julho de 2020 e que está a ser ouvido esta quinta-feira, 20 de abril, na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP.
À pergunta do deputado da Iniciativa Liberal, Bernardo Blanco, sobre se a Parpública estaria envolvida na privatização da TAP, respondeu: “A Parpública está sempre envolvida nas intervenções que o Governo faz. Sem termos neste momento conclusões, decisões suficientes para eu poder concluir em que termos estamos nesse processo". E avançou que a Parpública é sempre ouvida, no sentido em que é uma das suas missões apoiar o Estado neste tipo de operações. "Somos ouvidos, a Parpública é uma empresa que é sempre ouvida", frisou.
O presidente da Parpública afastou a ideia de que há interferência do Estado e que o que existe é no âmbito da legitimidade que este tem. Afirmação que levou os deputados a notar que era uma opinião diversa da que tinha sido dada pelos antigos representantes da Parpública ouvidos anteriormente.
Fez ainda questão de dizer que a Parpública tem quadros altamente qualificados, que acrescentam valor às decisões tomadas pelo Governo, e é nesse contexto que o apoio da empresa é dado. "Desconheço como era antes, o que eu testemunho hoje é que a relação com o Estado é normal", afirmou. Mas admitiu que "nas participadas a autonomia de gestão é maior".
Andrez reuniu com a Evercore
Jaime Andrez anuiu que tinha reunido com a Evercore, a boutique financeira que está a apoiar a TAP no processo de privatização, a 28 de fevereiro de 2023, respondendo assim a uma pergunta do deputado do PSD, Hugo Carneiro.
Não obstante, o presidente da Parpública salientou que o tema da privatização não foi tratado. "O que tratamos foi de informação sobre eventuais parcerias para a TAP", afirmou. E admitiu, porém, que podia haver informação que pudesse vir a ser útil para a privatização.
Mais à frente explicou que a Evercore não é uma empresa credenciada para efeitos de operações de privatização. A Evercore está há meses a trabalhar para a TAP e foi uma recomendação da ex-presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener.
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