13 abril 2023 23:48

A breve crise financeira de março deixou Kristalina Georgieva inquieta. O FMI reviu em baixa o crescimento
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O FMI prevê que o PIB português só aumente 1% em 2023. As metas políticas de conseguir um excedente orçamental e uma dívida abaixo de 100% do PIB até 2026 estão mais longe do que Fernando Medina ambicionava para a legislatura
13 abril 2023 23:48
A economia portuguesa tem-se destacado pela negativa desde que, em 1999, foi um dos primeiros países da União Europeia a adotar a moeda única. Teve vários anos de crescimento lento e foi depois uma das mais castigadas na zona euro durante a crise das dívidas que trouxe o Fundo Monetário Internacional (FMI) — desta vez com a troika — de volta a Portugal. As novas previsões até 2028 do FMI publicadas esta semana em Washington, onde decorrem as reuniões de primavera das instituições de Bretton-Woods, permitem traçar o percurso do PIB nacional nas primeiras três décadas de euro e compará-lo com o conseguido nos restantes países. E os resultados não são nada animadores.
Entre 1999 e 2028, a economia portuguesa acumula um crescimento de apenas 42,1%, o que corresponde a uma taxa média anual na ordem dos 1,2%. No mesmo período, só para se ter um termo de comparação, a Irlanda, que também fez parte dos primeiros 11 países da União Económica e Monetária em 1999, cresceu 370%. Quase quintuplicou o PIB. Ainda que os próprios irlandeses tenham, desde 2016, duas métricas para avaliar a variação do PIB, admitindo que a usada nas comparações internacionais esteja sobreavaliada.