Em 1981, quando foi criada a Sociedade Portuguesa de Investimento (SPI), que quatro anos mais tarde viria a dar origem ao BPI, havia muito por fazer no sistema financeiro português, que tinha sofrido um ‘rombo’ com as nacionalizações de 1975. “Quando nascemos o mercado bancário era da idade média. Tinha depósitos e crédito. O mercado de capitais não existia. Havia depósitos a prazo com uma remuneração manifestamente insuficiente, uma taxa mínima e o crédito”, conta Artur Santos Silva, fundador do BPI, o primeiro banco de capitais portugueses a ser criado após a Revolução de 25 de abril de 1974.
O banqueiro, que foi presidente executivo do BPI até 2004, ano em que cedeu o lugar a Fernando Ulrich, contou ao Expresso como foi fundar o banco. A 3 de janeiro de 1981 o Expresso trazia a notícia na capa, com o título “84 empresas privadas lançam sociedade de investimento”. No artigo lia-se que “foi entregue no dia 26 de Dezembro ao Secretário de Estado do Tesouro o pedido de autorização para a constituição de uma Sociedade de Investimento. O principal impulsionador desta iniciativa é Artur Santos Silva. Juntamente com o mencionado requerimento foram apresentados os nomes dos acionistas fundadores e a respetiva participação no capital da projetada sociedade de investimento. Tratam-se de 83 empresas privadas e da Fundação Engenheiro António de Almeida”. A SPI seria criada em 6 de outubro desse ano.
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