Exclusivo

Economia

Comprar com o pelo do cão quando a TAP não tinha pelo? - a opinião de David Neeleman

Os ditos fundos Airbus foram utilizados exclusivamente pela TAP no pagamento de salários e nas suas necessidades de tesouraria. Na verdade, tais fundos, em conjunto com as outras prestações acessórias e o empréstimo da Azul, salvaram a TAP de uma insolvência imediata

Sou um empresário com mais de 30 anos de experiência na aviação. Fundei várias companhias áreas de sucesso continuado em diversos países e em mercados altamente competitivos.

No início de 2015, fui contactado pelo Governo português para me convidar a concorrer à privatização. Eu não conhecia Portugal e depois de uma análise à TAP rapidamente concluímos que se encontrava numa situação financeira de absoluta emergência: era uma empresa falida, completamente descapitalizada, sem tesouraria e em risco de não conseguir pagar salários. O contexto era ainda mais desafiante uma vez que, pelas regras europeias, o Estado português estava impedido de colocar mais um euro na TAP. Os bancos portugueses já não aceitavam financiar mais a TAP e por motivos facilmente compreensíveis: o peso da dívida tinha-se tornado incomportável — cerca de 11x EBITDAR. A empresa estava sem acesso a meios de liquidez.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate