
Investidores externos, sobretudo do Norte da Europa, estão a analisar com interesse redobrado a expansão eólica e solar em Portugal, que irá movimentar somas inéditas
Investidores externos, sobretudo do Norte da Europa, estão a analisar com interesse redobrado a expansão eólica e solar em Portugal, que irá movimentar somas inéditas
Editor de Economia
No final de janeiro, ao inaugurar uma central solar de €18 milhões em Alenquer, o empresário dinamarquês Jens Rasmussen, não deixou de agradecer aos bancos que financiaram a Eurowind, mas também ao fundo de pensões que, num segundo momento, refinanciou o projeto. Ao longo dos próximos anos, as receitas do sol em Portugal irão compor os rendimentos dos pensionistas dinamarqueses. Mas o projeto de Alenquer é uma gota de água se comparado com a vaga de investimento que o nosso país se prepara para atrair ao longo da próxima década em novos projetos de energias limpas, que poderá ultrapassar os €40 mil milhões.
O número depende da efetiva concretização das metas portuguesas de energias renováveis. O país deverá instalar mais 3,4 gigawatts (GW) de eólicas em terra e pelo menos 6,5 GW de fotovoltaicas, para cumprir o Plano de Energia e Clima para 2030 (embora o Governo esteja a trabalhar na atualização em alta do documento). E a isso somar-se-ão 10 GW de eólicas no mar. Tomando por referência valores ainda esta semana considerados pelo banco Goldman Sachs para estas tecnologias, o investimento na próxima década em Portugal deverá ascender a €30 mil milhões só nas eólicas offshore, €4 mil milhões nas eólicas em terra e €4,5 mil milhões em fotovoltaicas. A estes €38,5 mil milhões haverá que somar o custo de reforço da rede elétrica (mais alguns milhares de milhões de euros, segundo uma fonte do sector ouvida pelo Expresso). E são contas que não chegam a incluir os investimentos do hidrogénio verde.
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