Analistas contactados pelo Expresso admitem que a conjuntura está marcada por alguma indefinição mas afastam, para já, o cenário de bolha no imobiliário, pois a situação dos bancos e das famílias é muito diferente da crise de 2008
Os preços das casas registam recordes de décadas e subiram mais de 13,1% no terceiro trimestre de 2022, quase o dobro dos 6,8% da média comunitária. Inflação, taxas de juro em trajetória ascendente e riscos de uma recessão na Europa e no mundo alimentam os receios quanto ao desempenho da economia levam alguns observadores a falar na possibilidade de Portugal sofrer uma bolha imobiliária.
É o caso de um estudo feito em setembro de 2022 e citado pelo comentador da SIC Nuno Rogeiro, que dá conta que Portugal seria o primeiro país da Europa a sofrer uma crise imobiliária a partir do segundo semestre de 2023.
O estudo do Value of Stocks – um site de divulgação financeira norte-americano- salienta a iliteracia financeira dos portugueses, um mercado hipotecário em que 93% dos empréstimos são de taxa variável – contra uma média europeia de 15% - o que corresponde a 1 milhão e 300 mil famílias. Adianta também que os salários reiais caíram 4.6% na primeira metade de 2022 e que existem entre 730 mil e 750 mil casas vazias.
Porém, os analistas contactados pelo Expresso admitem que a conjuntura é marcada por alguma indefinição mas afastam para já o cenário de bolha no imobiliário.
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