Economia

Indemnização de meio milhão a Alexandra Reis foi considerada "aceitável", diz presidente da TAP

Indemnização de meio milhão a Alexandra Reis foi considerada "aceitável", diz presidente da TAP
Ricardo Lopes

O resultado da negociação com Alexandra Reis “foi visto como aceitável e teve a aprovação do nosso acionista e a recomendação dos nossos assessores”, disse Christine Oumières-Widener

A presidente executiva da TAP, Christine Oumières-Widener, disse esta quarta-feira, 18 de janeiro, no Parlamento que a indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis, antigo membro da administração da transportadora aérea, foi considerada “aceitável” tendo em conta ter sido o resultado de um processo negocial.

Em resposta a questões dos deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação disse que “houve uma discussão que começou com um primeiro montante, depois chegou a outro nível”, descreveu.

“Concordo que continua a ser muito dinheiro, mas o resultado desta negociação foi visto como aceitável e teve a aprovação do nosso acionista [o Estado] e a recomendação dos nossos assessores de que era algo aceitável”, disse.

Em relação às investigações em curso de vários organismos, a CEO disse que vão “esperar pela conclusão dos inquéritos”, já tendo a empresa sido contactada pela Inspeção-Geral das Finanças, pela Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários e pela Procuradoria-Geral da República.

“Toda a informação será dada (…) faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para dar informação” necessária a estes organismos, garantiu.

Com os inquéritos a decorrer, “vamos esperar pelos resultados e iremos cumprir as recomendações (…) iremos acatar o que for decidido e iremos agir de acordo com as boas práticas e de acordo com os pareceres independentes”.

“Se tivermos de devolver dinheiro, iremos fazer o que está previsto e iremos fazê-lo de forma diligente”, acrescentou.

Agi “de boa fé”

Oumières-Widener pensa que tem condições para continuar no cargo por ter agido “de boa fé” em todo o processo. E arriscou dizer que ser presidente executiva da TAP “é provavelmente o pior emprego em Portugal, porque estamos constantemente nas notícias”, lamentou, pedindo “uma perspetiva mais equilibrada sobre a empresa”. Uma pressão mediática que se reflete nas equipas: há “colaboradores que vêm ao meu gabinete chorar quando vêem os nomes a aparecer nos jornais”, disse.

“As pessoas sofrem (…) mas não podemos perder o foco de cumprir aquilo que tem de se alcançado para a empresa ser sustentável e lucrativa”, rematou.

“Esforço-me para merecer o salário que recebo”, defendeu. "Aceitei ser CEO desta empresa, é um trabalho difícil, mas garanto-lhe que todos os dias esforço-me para assegurar que aquilo que eu recebo é consistente com a tarefa que tenho pela frente".

“Percebo que isto possa parecer muito dinheiro…mas nós na comissão executiva fazemos o mais possível… para assegurar que esta empresa tem um grande futuro”, acrescentou.

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