taxa de juro implícita no crédito à habitação disparou em novembro deste ano para os 1,597%, um salto de 26,9 pontos base face a outubro e atingindo máximos de quase dez anos, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira, 22 de dezembro.
A subida foi ainda mais pronunciada nos contratos celebrados nos últimos três meses, com a taxa de juro implícita a crescer 30,4 pontos base face a outubro para os 2,365%.
“Para o destino de financiamento ”aquisição de habitação", o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 1,606% (+26,4 p.b. face a outubro). Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro aumentou 31,8 pontos base face ao mês anterior, fixando-se em 2,372%", detalha o INE.
Proprietários pagam prestação média de 288 euros
Entretanto, o valor médio da prestação cresceu em novembro alcançando máximos de maio de 2009. O valor médio da prestação cifrou-se nos 288 euros, crescendo 9 euros face a outubro.
Na divisão destes 288 euros por componentes, os juros passam a ter um peso muito maior face ao que representavam no ano passado. Diz o INE que 21% dessa prestação, ou 83 euros, representa pagamento de juros em novembro, com 71%, ou 205 euros, a dizer respeito a capital amortizado.
Há um ano os juros eram 16% da prestação média, que se ficara nos 253 euros em novembro de 2021, ainda o Banco Central Europeu não tinha iniciado o seu ciclo de aperto da política monetária.
Nos contratos celebrados nos últimos três meses o valor médio da prestação atingiu um recorde na série de dados disponíveis, crescendo 18 euros para os 507 euros.
Refletindo o aumento do custo do dinheiro, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos cresceu em novembro 250 euros face a outubro para os 61 763 euros. Já entre “os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 129 164 euros, menos 1464 euros que em outubro”, segundo o INE.
Esta quinta-feira a Euribor alcançou mais um máximo de quase 14 anos, com a taxa a seis meses, a referência para a maioria dos créditos à habitação portugueses, e a 12 meses a chegarem aos 2,696% e 3,192%, respetivamente, segundo a agência Lusa.
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