Economia

Brisa aceita aumentar as portagens abaixo da inflação "num momento tão sensível para os portugueses"

Brisa aceita aumentar as portagens abaixo da inflação "num momento tão sensível para os portugueses"
João Carlos Santos

Concessionária das estradas diz entender "o esforço" que lhe foi pedido pelo Governo para o aumento de portagens se cifrar em 4,9% a partir de 1 de janeiro, evitando que a subida do preço das portagens fosse de 9,5% ou de 10,5% em 2023

A Brisa disse esta quinta-feira que aceita "o esforço" que lhe foi apresentado com a decisão do Governo em atualizar as portagens em 4,9% a partir de janeiro, abaixo da inflação, indicando que vai analisar os detalhes da proposta de lei.

Fonte oficial da concessionária disse à agência Lusa que "em junho, a Brisa alertou o Governo para a dimensão que a evolução da inflação poderia assumir na atualização das portagens em 2023".

"Num momento tão sensível para os portugueses, e caso fosse essa a decisão política, demonstrámos a disponibilidade para o diálogo construtivo com o Governo e no sentido de sermos parte da solução", garantiu.

"Cientes da nossa responsabilidade social, aceitamos o esforço que agora nos é apresentado. Iremos analisar os detalhes da lei proposta pelo Governo", referiu a concessionária, realçando que "continuará empenhada em aproveitar as oportunidades que o Governo decida realizar para investir e modernizar as infraestruturas em Portugal".

“Aumento de 9,5% e 10,5% era insuportável”, segundo Pedro Nuno Santos

As portagens vão aumentar 4,9% a partir de janeiro, anunciou hoje o ministro das Infraestruturas, no final do Conselho de Ministros, considerando "equilibrada" a solução a que foi possível chegar e agora aprovada.

"Era para nós claro que um aumento de 9,5% e 10,5% era insuportável, mas também há contratos e responsabilidades e tentámos encontrar uma solução equilibrada que permitisse um aumento menor", disse o ministro Pedro Nuno Santos, no final da reunião do Conselho de Ministros.

Assim, a partir de 1 de janeiro de 2023, as taxas de portagens terão um aumento que será de 4,9% no valor suportado pelos utilizadores. Acima deste valor, precisou o governante, "2,8% serão responsabilidade do Estado e o remanescente, até 9,5% ou 10,5%, será suportado pelas concessionárias".

Esta solução resulta de uma "partilha de responsabilidades" e evita que o preço das taxas das portagens que decorre dos contratos de concessão aumentasse em 9,5% e 10,5% em 2023, devido ao atual contexto de inflação elevada.

Como compensação do aumento em 2023 ser limitado a 4,9%, as concessionárias poderão, nos quatro anos seguintes, aumentar em mais 0,1% o valor de atualização das portagens que decorre dos respetivos contratos de concessão.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate