Economia

Banco de Portugal mais otimista do que o Governo: economia cresce 6,8% este ano e 1,5% em 2023

Mário Centeno é governador do Banco de Portugal desde 2020
Mário Centeno é governador do Banco de Portugal desde 2020
tiago miranda

No Boletim Económico de dezembro, apresentado esta sexta-feira, o Banco de Portugal aponta para uma taxa de inflação ainda perto dos 6% em 2023

O Banco de Portugal (BdP) reviu em alta a sua projeção de crescimento da economia portuguesa este ano e, apesar do forte abrandamento, afasta o cenário de uma recessão em 2023.

No Boletim Económico de dezembro, apresentado esta sexta-feira, em Lisboa, pelo governador Mário Centeno, a instituição prevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) português de 6,8% este ano, revendo ligeiramente em alta a anterior projeção, datada de outubro, que apontava para 6,7%.

Quanto a 2023, o BdP antecipa um forte abrandamento, para 1,5%. Ainda assim, é um valor que afasta um cenário de recessão anual, que chegou a ser temido devido à conjugação de fatores como o prolongar da guerra na Ucrânia, a inflação que continua muito elevada, a forte subida dos juros, e o contexto de incerteza que domina a economia europeia.

A instituição liderada por Mário Centeno está, assim, mais otimista do que o Governo sobre o crescimento da economia portuguesa, tanto este ano, como em 2023. No cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2023, o Governo apontava para uma expansão do PIB de 6,5% este ano e de 1,3% no próximo.

Inflação mantém-se elevada em 2023

O otimismo do Banco de Portugal sobre o crescimento da economia portuguesa não se estende, contudo, à inflação. A instituição espera que atinja, em Portugal, os 8,1% em 2022 (média anual) e que desça para 5,8% em 2023. Ou seja, apesar de baixar no próximo ano vai manter-se muito obrigado levada.

São valores acima das projeções do Governo, que no OE 2023 aponta para 7,4% este ano e 4% em 2023.

Aliás, o Banco de Portugal aponta para valores de inflação em Portugal ainda acima dos 2% de referência em 2024 (3,3%), e 2025 (2,1%).

Em relação ao mercado de trabalho, o banco central espera que resista ao abrandamento da economia no próximo ano, com a taxa de desemprego a manter-se estável entre 2023 e 2025.

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