Economia

Emprego: 73% dos jovens têm contratos a termo

10 dezembro 2022 16:14

Proporção de vínculos não permanentes entre jovens portugueses supera média europeia, destaca estudo da Fundação José Neves

10 dezembro 2022 16:14

São vários os números a fazer soar alertas. Não por opção, mas antes por falta de alternativas, em 2020, quase 74% dos jovens entre os 25 e os 30 anos, a trabalhar em Portugal, estavam abrangidos por um contrato a prazo, número que supera a média de 36,7% registada na União Europeia. Os dados constam do Livro Branco “Mais e Melhores Empregos para os Jovens (2022)”, elaborado pela Fundação José Neves, o Observatório do Emprego Jovem e a Organização Internacional do Trabalho, apresentado esta semana. A radiografia do emprego jovem em Portugal mostra que além da elevada percentagem de contratos não permanentes, também os vínculos temporários e o trabalho a tempo parcial involuntário ficam muito acima dos indicadores de outros países europeus, tornando os jovens profissionais mais vulneráveis às crises e ao desemprego. “O peso destes vínculos entre os trabalhadores mais jovens é particularmente alarmante”, sinaliza o Livro Branco. Mais qualificados do que no passado, mas com prémio salarial associado à formação superior em queda, mais de 30% dos jovens em Portugal são considerados sobrequalificados para a função que exercem. Números que, segundo o Livro Branco, fazem de Portugal um país onde o emprego jovem “continua a ser de baixa qualidade”.