O corredor de hidrogénio verde que ligará Portugal, Espanha e França foi designado H2med e deverá custar pelo menos 2,85 mil milhões de euros no conjunto das duas infraestruturas que serão criadas de raiz, nomeadamente o gasoduto submarino entre Barcelona e Marselha e o gasoduto terrestre entre Celorico e Zamora.
A estimativa consta da apresentação feita esta sexta-feira em Alicante na cimeira que junta o primeiro-ministro português, António Costa, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, e o presidente francês, Emmanuel Macron.
A apresentação distribuída à imprensa revela que o custo do gasoduto entre Barcelona e Marselha ascenderá a 2,5 mil milhões de euros, mas o custo final dependerá de mais estudos, que, por seu turno, estão estimados em 35 milhões de euros, dos quais 15 milhões deverão ser gastos até meados de 2024.
Já o gasoduto entre Portugal e Espanha, ligando Celorico a Zamora, deverá custar 350 milhões de euros (em linha com o valor já estimado pelo Governo português, que projetava um encargo de cerca de 300 milhões para o troço português desta infraestrutura).
Enquanto o gasoduto ibérico, com 248 quilómetros de extensão, terá capacidade para transportar anualmente 0,75 milhões de toneladas de hidrogénio verde, o gasoduto entre Barcelona e Marselha, com 455 quilómetros, poderá transportar 2 milhões de toneladas por ano de hidrogénio verde (o que representará 10% do consumo europeu de hidrogénio verde estimado para 2030).
A infraestrutura entre Portugal e Espanha deve ser construída em 48 meses (incluindo 26 meses para a fase de licenciamento da obra), enquanto a hispano-francesa levará 56 meses (considerando também 26 meses para licenciamento).
Os três governos acordaram que enquanto o gasoduto Celorico - Zamora será desenvolvido separadamente por cada um dos operadores de rede (REN em Portugal, Enagás em Espanha), a nova infraestrutura entre Barcelona e Marselha implicará um acordo entre a Enagás, a Teréga e a GRTgaz.
Este consórcio hispano-francês terá de submeter até 15 de dezembro a candidatura à Comissão Europeia, para ser considerado um projeto de interesse comum e poder vir a ter acesso a fundos comunitários. O calendário prevê que a construção arranque no final de 2025 ou início de 2026, devendo a infraestrutura estar operacional em 2030.
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